Voltava do almoço para o escritório, atravessando uma das inúmeras ruelas do centro do Rio de Janeiro.
De repente, vejo uma movimentação mais à frente e várias pessoas paradas olhando para aquela direção. Alguns lojistas começavam a fechar suas portas e alguns jovens nada bem encarados passavam correndo.
Mais uma guerra de camelôs contra a polícia se anunciava.
Desisti de passar por aquela rua, lembrando da quantidade de explosões que tinha ouvido na minha sala na tarde anterior. Voltei e tentei passar pela Avenida Rio Branco, uma das principais do centro.
Alguns passos pela Rio Branco e um aglomerado de pessoas passa correndo na direção contrária a minha. Poucos camelôs passam correndo logo depois. Alguns param e começam a lançar pedras.
Apesar de muito destemido, forte e valente, não sou invulnerável. Entrei num banco e fiquei vendo pelas portas de vidro o que acontecia.
A tropa de choque de um lado, armada de escudos e cacetetes e do outro lado os camelôs armados de paus, pedaços de barraca e pedras. Pedras zuniam e alguns tiros eram dados. O trânsito parado, enquanto alguns camelôs davam sinal para os carros prosseguirem, pois estava “tudo bem”.
Enquanto isso, um camelô com uma enorme pá escavava a calçada para obter mais munição para seus companheiros.
Após a tropa de choque afastar os camelôs, voltei para o escritório pensando como alguém, mesmo que um camelô, sai para o trabalho levando uma pá.
Desde que adentrei o maravilhoso e mágico mundo da Internet, uma coisa sempre me incomodou.
Aliás, várias coisas me incomodam, mas uma em particular:
BONZIBUDDY
Qualquer um já se deparou com o gorila roxo, o qual prometem ser o seu melhor amigo na internet! E não é só! Ele fala com você, lê seus e-mails, te ajuda a navegar, te poupa dinheiro, entre outras promessas. Ele aparece com uma cara de solitário e triste e fica todo animado quando o anúncio sugere que você pode tê-lo como amigo.
O mais inacreditável: Você pode fazer o download do amiguinho de graça!
Sempre achei que tinha alguma coisa estranha nesta história e confesso que desde da primeira propaganda que vi, já olhava o Bonzibuddy atravessado. Mas hoje eu não me contive e resolvi descobrir o que é o Bonzibuddy.
É bem provável que todos vocês que estejam lendo já saibam disso, já que eu sou um verdadeiro retardado no que tange à computadores... Pode ser também que eu tenha sido enganado em minhas pesquisas, mas aí vai o que eu apurei:
O Bonzibuddy é, na verdade, um spyware.
Para os retardados como eu: “Os spywares – como Gator, BonziBUDDY e diversos outros – utilizam a coleta de padrões de navegação, toques de teclados e outras informações contidas nos computadores dos usuários de computador, geralmente para fins publicitários. Uma vez coletados, os dados são enviados aos servidores de marketing, por meio da Internet, podendo ser usados como ferramentas de pesquisa de mercado e, até mesmo, com propósitos mais comprometedores. Em alguns casos, o spyware instala-se secretamente nas estações de trabalho, sem qualquer tipo de permissão, e executa atividades sem que o próprio usuário da máquina tome conhecimento.”
Olhando em alguns fóruns, pode se ver algumas mensagens revoltadas a respeito do gorila, inclusive denunciando que ele coleta suas informações pessoais e as mandam para companhias de marketing que enchem sua tela com anúncios que se abrem a toda hora e o seu e-mail de spam.
O Bonzibuddy é referido também como “spawn child of the devil” e “cyber cancer”. Mesmo que você tente desinstalá-lo, algum tempo depois ele volta a vida pra te atormentar.
No site Download.com são inúmeras as mensagens de usuários, alertando para não baixar o demoníaco gorila.
John Carpenter não é famoso pela constância na qualidade de seus filmes. Mas o cineasta, em 1986, chegou a um dentre os vários pontos altos de sua carreira, com o filme:
OS AVENTUREIROS DO BAIRRO PROIBIDO
Kurt Russell é um caminhoneiro que vai ajudar seu amigo chinês a recuperar sua namorada, que foi misteriosamente raptada.
O filme mistura ação, comédia, tiroteio, artes marciais, entidades mitológicas, monstrões, sacrifícios humanos, magia e por aí vai.
Alguns detalhes são memoráveis, como a bebida que o ancião chinês dá a Russell e seus amigos, quando eles partem para o resgate. Além de causar uma incrível sensação de bem estar, a bebida permitia que os personagens pudessem se movimentar e dar golpes extraordinários. Assim, um simples salto poderia durar uma eternidade, inclusive com um demorado duelo de espadas no meio do salto. Isto em 1986, muito antes da farsa O Tigre e o Dragão!
Kurt Russell está espetacular no papel do caminhoneiro fanfarrão. Como se esquecer da cena em que ele dá um grito de guerra e começa a atirar para o alto, para ser atingido por um pedaço de reboco que caiu do teto (até porque esta cena sempre passa no comercial da Globo quando ela vai passar o filme).
Entre os malfeitores do filme, estão três criaturas mitológicas chinesas (se não me engano eles se chamam “Tempestades” ou algo assim), subordinados ao vilão principal, que por acaso é etéreo e imortal.
Uma grande obra-prima do cinema.
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Da série AS MELHORES FRASES DE WAGNER MONTES
“Um país que não respeita suas instituições está fadado ao comunismo.”
“Num tiroteio, bandido bom é como mandioca: tem de estar enterrado.”
Achei o filme espetacular! Caso vocês tenham a oportunidade de vê-lo, não a deixe passar!
Spike Lee conta a história da última noite de Monty, um traficante condenado a 7 anos de prisão, antes de se retirar para o cárcere.
As atuações são irrepreensíveis e o filme conta Edward Norton e Philip Seymour Hoffman. Acredito que os dois estejam entre os melhores atores da atualidade, sem considerar, ainda, a empatia imediata que despertam no público.
E Spike Lee parece que resolveu fazer um filme diferente de toda a sua filmografia. A cena em que Monty desconta sua raiva em todas as etnias é digna do Clube da Luta.
Imperdível.
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Dentre os programas deste último fim de semana, eu fui numa reunião budista com a Maristela.
Lá eles contaram uma história bacana que eu tentarei reproduzir aqui, com minha memória falha:
Numa tribo, havia um jovem índio muito inquieto e revoltado. O chefe da tribo, um índio velho e sábio, chamou o jovem índio para uma conversa:
- O que acontece com você, jovem índio? Porque você se comporta dessa forma?
- Não sei explicar... Eu sinto diversas coisas ao mesmo tempo, algumas são boas, outras são más.
Para espanto do jovem índio, o ancião disse:
- Sei exatamente como se sente. As vezes, sinto como se houvessem dois cachorros dentro de mim. Um cachorro é pacífico e bondoso e o outro é mau e indolente.
- E se você colocasse esses dois cachorros para lutar... Qual deles venceria?
Tive que conter ao máximo todos os meus impulsos consumistas e me limitei a gastar meros R$ 75,00, a maioria em histórias em quadrinhos, sendo que R$ 50,00 eu ainda joguei no cartão de crédito da Maristela.
Deixei algumas preciosidades para trás, mas nada que eu não consiga comprar depois. Alguns itens vale a pena comentar, até a título de informação:
- Saiu encadernada aquela que eu considero uma das melhores, senão, A MELHOR saga de SIN CITY do Frank Miller: That Yellow Bastard. Não me lembro como traduziram a encadernação, mas tem amarelo no título. Imperdível até para não iniciados.
- Saiu uma edição especial da Piada Mortal do Alan Moore em formato pocket, capa dura e preto e branco. Claro que a edição original é muito melhor, mas a capa dura enche os olhos.
- Saiu um novo livro do Clive Barker pela Companhia da Letras, chamado ABARAT. Livro de fantasia, com ilustrações pelo próprio Clive Barker. E este é só o primeiro de uma série de 4 volumes.
Curiosidade: Se você virar o livro de cabeça para baixo, o título permanece o mesmo.
[Se eu entendesse alguma coisa de computador, aqui ficaria uma imagem da capa de cabeça pra baixo pra vocês comprovarem. Mas como eu não entendo, vocês vão ter virar o monitor mesmo.]
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No Domingo fui ver MATRIX RELOAD.
Gostei MUITO! Algumas cenas de ação trouxeram lágrimas aos meus olhos (de verdade...).
Abstenho-me de maiores comentários, até porque todo mundo já comentou o filme. Mas vejam até o final dos créditos.
Só irei dizer que foi muito bom ver Augustus Hill de OZ andando e sendo um tripulante da nave Nabuconodhfohkdf.
Ah, e ainda ganhei um cartaz do filme... Eu só preferia que fosse o Morpheus ao invés do Neo e da Trinity estampado no cartaz.
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Pra completar o fim de semana nerd, ontem relembrei os velhos tempos em que, ao invés de “sair pra pegá mulé” no final de semana, eu ficava jogando Jyhad a madrugada inteira. Literalmente.
Ficamos até duas horas da manhã jogando uma única partida de um card game chamado Illuminati (muito bom, por sinal).
Depois de chegar algumas vezes perto da vitória, perdi vergonhosamente.
"The first song on the album is a total blower! It comes in at first and it's like 'Whoa... what's the bone crusher all about?' and then before you know it you are body slammer back into a solid pre-beat, something to give you a platform to hold onto and work from. It's good to have a temporary ground on which to regain your footing before going any further. So just when you feel you're getting the hang of it, it all kicks in with full on power plant electricity and you are whipped once to the side and flipped once upside down until the rollers set into place and give you a good shakedown!!! Then it picks up the pace and hyper blasts you into a state of raw physical bliss and energetic stupor so intense that all you can do is everything!"
Não tem erro!
O lançamento está previsto para o verão (dos Estados Unidos, é claro) de 2003.
Scott Weiland do Stone Temple Pilots foi preso por porte de drogas.
De novo.
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Fui ver o TIROS EM COLUMBINE do Michael Moore.
O documentário é excepcional. Moore aborda alguns temas bastante relevantes como a intolerância racial e a crescente exposição de crimes pela mídia.
Eu vi no final de semana passado e só resolvi comentar agora, esperando que vocês também já o tenham visto. Caso não tenham, aviso, desde já, que nas próximas linhas irei contar algumas coisas sobre o filme. Não é nada que já não tenha sido comentado em trocentos outros lugares, mas acho justo avisá-los, antes que vocês prossigam.
A entrevista com um dos criadores do South Park é muito boa, sendo superada apenas pela entrevista com Marilyn Manson. E Moore mostrando como o comportamento do Canadá é diametralmente oposto ao dos Estados Unidos também é bastante interessante.
Mas tem uma coisa que me incomodou profundamente...
Quem é o Michael Moore pra forçar o Charton Heston a pedir desculpas???
Ora, o cara já foi o bravo Ben-Hur e o indomável astronauta que caiu no Planeta dos Macacos! Um verdadeiro campeão da minha infância, que, confesso, estava meio esquecido até a injustiça realizada no filme.
Charton Heston é reacionário? Pode ser... É direita? Pode ser... Está gaga? Pode ser...
Mas ele EFETIVAMENTE TEM O DIREITO de defender que cada cidadão dos Estados Unidos possa portar uma arma! Em qualquer ocasião, em qualquer lugar!
Particularmente, até discordo do posicionamento dele. Eu mesmo não gostaria de ter uma arma, pois acredito que não ia conseguir ficar uma semana sem descarregar ela em alguém.
Inclusive, achei bastante interessante o Moore ter usado cenas das convenções em que discursou Heston, mesmo em tom satírico.
Mas peraí... Entrar na casa do cara e começar a acusá-lo de insensível ou de que tenha agido errado ao defender o porte de armas, aí já é outra coisa! E não satisfeito, ainda quer que Ben-Hur peça desculpas. A cena acaba nos fazendo sentir mais pena do velho Heston do que outra coisa.
E mais! Moore ainda apela para a pieguice suprema ao deixar uma foto da menina morta na casa do Heston. Só faltou dizer: “Pô, Heston, por sua causa a garotinha foi morta... Não tem vergonha não?” Ele poderia ter colocado também a música de fundo do final do seriado do Incrível Hulk.
Então, fica aqui minha homenagem ao herói indômito que participou de corridas de bigas e conseguiu fugir do jugo da sociedade escravista dos macacos, na esperança que um dia seja desfeita a injustiça cometida:
Por acaso vocês estão tendo dificuldades para acessar este blog nesta semana?
O Fábio já me disse ontem que havia tentado mas não conseguiu e eu mesmo tive que dar “atualizar” algumas vezes para abrir a página.
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Por algum tempo vocês irão ficar sem comentários sobre novos livros aqui.
É que, como eu já havia dito, comecei a reler o Talismã do Stephen King. Como o livro não é pequeno e a falta de tempo é enorme, deve demorar um pouquinho.
Ainda mais que o livro é pesado e não dá pra ficar carregando ele para todo lugar, como eu faço com os demais.
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Falando nisso, olhando minha estante hoje, vi o livro THE GIRL WHO LOVED TOM GORDON do Stephen King.
O livro já saiu há um tempão nos EUA e não ganhou uma edição nacional, o que é uma pena. Ele conta a história de uma garotinha de 9 anos, que num passeio com sua família na floresta, se afasta para urinar e acaba se perdendo.
Stephen King, cruel e realista como poucas vezes, mostra tudo que a garotinha passa no período em que ficou perdida sozinha na floresta, enfrentando a fome, o tempo, hordas de insetos e por aí vai.
Peraí, eu disse sozinha? Na verdade, ela tem a companhia de Tom Gordon, um jogador do time de baseball que ela adora.
Se você se interessou, dá pra achar a edição “pocket” importada num preço razoável nas livrarias que trabalham com este gênero.
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Ainda sobre o Stephen King: Parece que saiu um novo livro de contos dele por aqui, chamado TUDO É EVENTUAL.
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E ontem eu vi o DVD de QUEM VAI FICAR COM MARY? e ri das mesmas coisas do mesmo jeito pela milésima vez.
O DVD ainda tem um documentário bizarro chamado Behind the ziper, apresentado pela Magda (a vizinha de Mary), mostrando diversos aspectos de ter seu pênis preso no ziper da calça.
O documentário mostra a opinião de um médico, um psiquiatra e um advogado sobre o assunto e é muito esclarecedor, inclusive com a advertência do médico que não de deve tentar puxar o ziper após ter seu pênis preso.
O destaque fica para o másculo garçom ao lado de Magda.
No Domingo, desisti de ir à Bienal do Livro pela absoluta falta de dinheiro. Em compensação fui ver EMBRIAGADO DE AMOR do Paul Anderson.
Se vocês já viram os filmes anteriores de Paul Anderson (Boogie Nights, Magnolia), sabe que não dá pra esperar nada convencional do cara. E neste filme não é diferente.
Esqueça todas as sinopses que você leu sobre o filme... Nenhuma delas pode fazer justiça à história que passa nas telas. Até porque a maioria delas somente se centra em alguns aspectos do filme, quando na verdade todos os aspectos são indissociáveis.
E, claro, não serei eu que tentarei fazer uma sinopse decente pra vocês... O melhor que vocês podem fazer é ir ver o filme sem saber nada da história.
Adam Sandler está dando conta do recado, mas quem rouba as cenas nas suas poucas aparições é Philip Seymour Hoffman (acho que este é o nome dele...), que é do elenco fixo do P.T. Anderson.
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Mas chato mesmo foram duas velhinhas que estavam sentadas do meu lado no cinema e não pararam de falar um minuto.
Vejam só que situação desagradável... As duas, na condição de velhas que são, deveriam se limitar a ficar em casa tricotando ou vendo televisão, para não atrapalhar ninguém andando devagar na rua ou então roubando lugar dos outros no ônibus. Mas nãããããão!!!!! Não só saíram de casa, como ousaram ir no cinema e ficaram conversando o tempo todo.
Depois de um sem número de conversas, comecei a pedir silêncio com o tradicional “sssssshhhhhh”. Como elas não paravam, eu ia aumentando o volume do sssshhhhhh enquanto elas continuavam a conversar.
Já pro final do filme, sem que as malditas anciãs fechassem a matraca por um momento, dei um super SSSSHHHHHHHH e, paradoxalmente, as velhas começaram a reclamar comigo.
Delicadamente, respondi: “Minhas senhoras, eu estou querendo ver o filme sem que vocês fiquem falando no meu ouvido o tempo todo. Pode ser?”
Não satisfeitas, as velhas responderam: “Mas eu não estou falando no seu ouvido?”, em tom de desafio senil.
Puto da vida, me limitei a olhar pra elas e replicar em alto e bom som: “SUA PIRANHA...” E deixei a frase incompleta e o tom de ameaça no ar.
Elas ficaram quietas até os créditos finais.
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Quando acenderam as luzes, não consegui resistir. Dirigi-me para as senhoras, balancei a cabeça pesarosamente e disse: “Putaqueopariu, com essa idade e ainda não tem educação...”
Fui embora satisfeito.
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Por isso eu invejo algumas tradições indígenas...
Quando o velho via que estava velho e, consequentemente, inútil para a sociedade, ia para o alto de uma montanha ou uma caverna morrer sem dar trabalho ou incomodar ninguém.
Você sabe que é um consumista impulsivo quando vê um cd da Kelly Osbourne por R$ 10,00 e compra.
Você sabe que perdeu todo o senso crítico quando acha o cd muito maneiro.
Você sabe que perdeu a vergonha na cara quando admite isso para todo mundo.
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Eu desisti de uma vez por todas de usar o metrô para ir trabalhar ou para voltar para casa.
Agora apenas pego metrô quando for impossível ou muito difícil ir caminhando para o meu destino, afinal, para o trabalho, eu só tenho que andar o trajeto de 2 estações e devo gastar menos que 20 minutos neste trajeto.
E ontem ainda achei uma nota de R$ 10,00 no caminho, o que me motivou ainda mais a abolir o metrô.
Se eu mantiver esse ritmo, estarei economizando R$ 3,76 por dia. No final do mês, terei economizado R$ 86,72.
E se eu achar R$ 10,00 na rua por semana, no final do mês terei ganho R$ 40,00!
Assim, no final do mês, contabilizando a economia e o lucro, terei o valor de R$ 126,72.
Maravilha, hein?
Só não começo uma campanha pra todo mundo parar de usar o metrô, porque seria muito engajamento político-social e comunista da minha parte.
Uma vez na vida eu fiz a “brincadeira do copo”. Pra falar a verdade, eu teria preferido um tabuleiro Ouija, mas não tinha nenhum por perto, então escrevemos o alfabeto inteiro em pedaços de papel, além de “sim”, “não” e colocamos em volta da mesa. No meio, um copo.
Além de mim, deveriam ter mais umas 6 ou 7 pessoas no lugar. Como nunca tinha participado disso antes, uma menina fez um ritual pra começar a brincadeira, rezando uns pai-nossos e ave-marias.
Pousei meu dedo em cima do copo virado e aguardei, descrente. Passaram-se alguns segundos com a menina perguntando se havia alguém ali e nada. Até que o copo começou a se mexer e foi para o “sim”.
Ainda descrente, comecei a olhar pra cara de todo mundo que estava na mesa. Ninguém parecia estar mexendo com o copo. Comecei a ficar preocupado.
Começamos a fazer perguntas e, ainda cético, fiz algumas perguntas que só eu saberia a resposta. Algumas o copo errou, mas algumas o copo acertou. Inclusive, poderíamos fazer perguntas mentalmente que o copo responderia. Ele respondeu a minha.
Eu sempre achava que todos tinham que ficar com o dedo no copo o tempo todo, o que não é verdade (pelo menos quando eu brinquei...). E aí veio a confirmação: Em determinado momento apenas eu e outra pessoa ficaram com o dedo no copo. Eu sabia que não estava mexendo com ele e a outra pessoa mal encostava o dedo no copo. O que quer que fosse estava se mexendo sozinho.
Como eu disse, o copo fornecia algumas respostas erradas e as pessoas da mesa estavam começando a ficar nervosas. Foi perguntado se havia algo errado. “sim” Não me lembro como, mas o copo nos levou a entender que não gostava de alguém da mesa. Quando indagado quem o copo não gostava, ele simplesmente se moveu até a minha direção. Tive que sair da roda, mas ele aceitava que eu continuasse fazendo perguntas.
As respostas que até então eram metade erradas, passaram a ser todas erradas. Sutilmente, perguntei se ele estava de sacanagem com a gente. “sim”
Resolvemos acabar com a brincadeira. Perguntamos se ele gostaria de ir embora. “sim” Rezamos de novo e perguntamos se ainda havia alguém ali. “sim” Repetimos isso umas 3 vezes e somente na 4ª vez o copo não respondeu.
Guardo a arma no meu coldre. Visto o coldre e coloco o paletó em cima. Perfeito. Praticamente invisível.
Saio do apartamento e chamo o elevador. Após alguns longos minutos de espera, a porta se abre. Lotado. Vejo a porta fechar e o elevador desce. Em seguida, vai para a cobertura.
Saio do prédio. Dirijo-me ao metrô e descubro que a passagem aumentou para R$ 1,88. Decidido a não pagar R$ 1,88 para percorrer o trajeto de 2 estações, vou andando para o trabalho.
Ônibus ultrapassa sinal vermelho. Quase sou atropelado.
Tudo mentira.
Na verdade, tive uma boa noite de sono, acordei, escutei a música Helpless do D Generation e saí todo feliz pro trabalho com ela na cabeça. Também é verdade o fato de ter ido andando pro trabalho. R$ 1,88 de metrô é um absurdo.
E apesar do trabalho ser chato, não aconteceu nada, pelo menos por enquanto, que tenha estragado meu dia.
Na falta do que falar, ia escrever mais um conto medíocre sobre violência. Vou deixar ele pra algum dia em que estiver me sentindo particularmente medíocre.
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Então vamos tentar, ao menos, trazer um pouco de informação:
Caso você more no Rio e não esteja sabendo, entre 15 a 25 de maio vai ter Bienal do Livro no Rio Centro.
[Exatamente o que eu precisava pra aumentar o rombo da minha conta corrente.]
Na verdade, não tenho muito a falar sobre El Vez, além do que já falei no último informativo do Invisibles (até porque só escutei uma coletânea dele: Pure Aztec Gold). Mas caso vocês não tenham levado fé, reitero minha posição: El Vez é ROCK!
É impressionante a quantidade de referências musicais que El Vez utiliza em suas músicas. Não se limitando a ser apenas uma personificação mexicana de Elvis Presley, ele transforma as músicas que interpreta em quase composições próprias, inclusive alterando as letras para uma temática também mexicana.
A gama de músicas utilizadas por El Vez em seus discos é extensa. Citando como exemplo “It’s now or never”, no final da música aparece um trecho de Godfather’s Theme e depois emenda com outro trecho de música que eu nunca havia escutado antes e me deixou maravilhado. Após uma pequena pesquisa, descobri que se tratava exatamente do mesmo final da música "Maggie May" do Rod Stewart. Depois disso, ainda entra um trechinho de REM.
Mas talvez um dos maiores méritos de El Vez é escrever letras políticas, sem perder o bom humor ou ser chato como grande parte das bandas politizadas.
Se você quiser saber mais sobre o homem, clique AQUI . Não deixe de visitar a parte de discografia e vislumbrar as maravilhosas capas de seus discos.
Vamos tocar com as bandas Tridente, Osga e Corredor X.
Local: Angra Show (antigo 277).
Hora: 19:00 hs.
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Hoje fiquei sabendo através do site OMELETE, que a Marvel está planejando lançar uma revista mensal do THANOS:
Parece que a revista será escrita pelo Jim Starlin, talvez o único autor que dá o devido valor ao personagem.
Eu sempre ficava intrigado com Thanos. Personagem inteligente, cujo o maior objetivo era agradar a morte, o que o levou a ameaçar o universo inteiro algumas vezes. Não raras foram as vezes que ele chegou muito perto de eliminar toda a raça humana. No entanto, quando ele estava quase lá, acontecia algo que impedia seus planos.
E, senão em algumas dessas vezes, pelo menos numa ocasião era virtualmente impossível derrotá-lo. Não me lembro o nome da saga, nem de seus detalhes (razão pela qual peço desculpas antecipadas por qualquer confusão ou erro que cometa), mas Thanos literalmente havia se tornado um Deus. Ele podia fazer o que quisesse, controlar a realidade a seu bel-prazer, a sua mente era a única limitação aos seus poderes, se tanto.
Se não me engano, era uma luva que ele usava com as jóias do infinito, ou algo assim.
Então, quando Thanos já dominou o universo inteiro, no melhor estilo de vilão que deixa seu rosto de forma etérea no céu, alguém se lembra: “Peraí, e o corpo físico do Thanos?”
Aí os heróis descobrem o corpo do Thanos abandonado em algum lugar e tiram a luva dele. Thanos, mesmo um Deus, virtualmente onipresente e onipotente, mais uma vez se fudeu.
Eu não conseguia aceitar isso. Thanos era um Deus!!! Como foi derrotado assim tão facilmente? É impossível!
A explicação veio mais tarde: Na verdade, Thanos nunca quis triunfar. Seria uma espécie de “desejo interno de perder”. Por mais poderoso que fosse, ele mesmo plantava, inconscientemente, a semente de sua derrota, sabotando de alguma forma seus planos.
Tendo conhecimento disso, Thanos desistiu de tudo e se retirou para uma fazendinha em algum planeta por aí e virou fazendeiro.
Quando criança, ou mesmo adolescente, ficava abismado com a total inaptidão dos mais velhos em operar qualquer aparelho eletrônico. Até meu pai aprender, quantas vezes não tive que colocar um filme de sacanagem no vídeo cassete pra ele assistir e depois sair correndo do quarto.
Programar o vídeo cassete pra gravar algo ou então ajustar o microondas certamente era algo de outro mundo para os meus pais.
A tecnologia os havia passado para trás. Hoje em dia, eu também estou começando a me sentir passado para trás.
Ninguém conseguiu me dar, até hoje, uma explicação razoável sobre o “condicionamento da memória da bateria de um celular”! O que é isso? Explico:
Quando você compra um celular, somente deve colocá-lo para recarregar após o término da carga da bateria, senão ele passará a exigir que você o recarregue em intervalos de tempo cada vez menores. Ou seja, você tem que “acostumar” o seu celular com longos períodos sem recarga, pois caso contrário ele pedirá mais.
Ora, isso é o mesmo que atribuir qualidades humanas a uma máquina! Pior, a uma bateria! Uma bateria não precisa se “acostumar” com nada! Ou ela está carregada ou não está!
Outro aparelho que me causa espanto é o codificador da Direct TV. A primeira vez que ele deu problema, liguei para a assistência técnica e depois de explicar o que estava acontecendo, recebi a seguinte orientação:
- Retire as pilhas do controle remoto.
- Ok, já tirei.
- Agora digite no controle o código da marca da sua tv, que é 1784.
- Mas peraí! O controle remoto está sem pilhas. Não vai adiantar nada eu ficar apertando os botões!
- Senhor, digite o código.
- Mas não vai adiantar! É o mesmo que tentar a tv com a tomada desligada.
- Senhor, digite o código. (Voz exasperada)
- Tá bom, tô digitando... Pronto. (Voz cínica)
- Agora coloque as pilhas e ligue o aparelho, senhor.
Incrédulo, após realizar o improvável procedimento, vi a Direct TV voltar a funcionar.
Li na semana passada SANGUE NA LUA do JAMES ELLROY.
Livro escrito em 1984, bem antes da consagração de L.A. Confidential, é o primeiro de uma trilogia tendo como personagem principal o policial Lloyd Hopkins.
Lloyd é um personagem singular. Durão como sempre são os tipos criados por Ellroy, ele possui um QI altíssimo e é obcecado em fazer justiça, o que lhe garantiu status e autonomia em seu departamento. Aliás, não são raras as vezes que Lloyd Hopkins quebra regras para atingir seu objetivo
Neste livro, a partir do assassinato de uma mulher, Lloyd, guiado por sua inteligência e intuição, passa a caçar um serial killer, ligando esse homicídio a vários outros não resolvidos. Desacreditado pelo seu departamento, Lloyd está praticamente sozinho (com algumas exceções...) contra o assassino.
Ellroy, em 1984, já possuía seu estilo “macho” de escrever, com violência, sexo e personagens que você gostaria de ver no mundo real. Os eventos que desencadearam o “nascimento” do serial killer são extremamente crus, assim como os traumas sofridos por Lloyd, que resultaram em seu comportamento peculiar e muitas vezes brutal, como a aversão a qualquer tipo de música.
Vale citar um trecho da introdução do livro, em que Ellroy fala um pouco sobre sua própria obra e tece elogios a Thomas Harris:
“(...) Queria escrever um romance contemporâneo, estruturado contrapontisticamente a partir de um policial obcecado pelo sexo tentando pegar um assassino motivado pelo sexo. Eu não estava familiarizado com a expressão assassino serial. O brilhante e inovador romance Dragão Vermelho, de Thomas Harris, ainda estava para ser publicado. Eu não sabia que os duelos mano a mano entre policiais e assassinos seriais iriam logo se tornar uma porra de um clichê gigantesco. Dragão vermelho – na minha opinião o maior romance de suspense jamais escrito – gerou todo um subgênero.”
Da série POST DE FIGURINHA PRA QUANDO O RUBINHO ESTÁ SEM TEMPO DE ESCREVER
Essa aí é a primeira imagem do Justiceiro.
Justiceiro loiro?!?!
Pô, se até o Dolph Lundgren, que era ASTRO de filmes de ação na época da primeira versão, pintou o cabelo de preto, porque esse zé-ninguém aí não pode pintar?
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Recomendo, rapidamente, a leitura da Marvel Millennium 16 deste mês.
A versão Ultimate dos Vingadores (Os Supremos) está espetacular, com a equipe enfrentando o Hulk.
Hulk está destruindo toda a cidade, porque está afim de traçar a Betty Ross, que o largou para ficar com o Freddie Prinze Jr. E de quebra, ainda tem o Thor, na versão Ultimate.
Passando em frente ao cinema ontem, na hora do almoço, acabei comprando ingressos para a sessão seguinte de X-MEN 2.
Almoçamos, fomos para casa e decidimos que devíamos chegar meia hora antes, mesmo com o ingresso já comprado, para evitar fila. Chegamos com 40 minutos de antecedência e não havia uma fila, mas sim DUAS filas pra entrar na sala.
Valeu cada minuto de espera. O filme é bom pra cacete, ainda melhor que o primeiro!
Noturno, como o trailer já denunciava, ficou muito bem transposto para as telas. A sequência inicial com milhões de teletransportes é de tirar o fôlego e ainda deram espaço para o lado religioso do mutante.
Wolverine, pela primeira vez desde o início da franquia, está com sede de sangue. Hugh Jackman já havia dito que preferia ter mostrado mais as garras em X-Men 1 e que tinha recebido várias reclamações de fãs por não ter mostrado ódio e raiva o suficiente. Parece que ele resolveu satisfazer todo mundo. Determinadas sequências lembram as histórias clássicas de Claremont e Byrne, como aquelas em que Logan dizima todos os soldados do Clube do Inferno.
Ian McKellen está cada vez mais à vontade no papel de Magneto e é o responsável por algumas das melhores tiradas do filme e a Mística também ganha destaque, com Rebecca aparecendo sem a maquiagem azul em uma das transformações da vilã.
Apesar de terem escolhido uma atriz muito bonita para ser a Lady Lethal, sua participação é bastante apagada e poderia ter rendido mais.
O filme conta ainda com diversas participações rápidas: um promissor Colossus, Kitty Pride, Fera, Jubileu, além de algumas crianças que provavelmente serão os Novos Mutantes.
A história do filme em si é uma junção de diversas histórias do X-Men. Talvez pelo filme ter se mantido tão fiel à essência dos personagens, as mudanças cronológicas são facilmente superadas (apesar de ter ficado com o pé atrás com o romance entre Bobby Drake e Rogue).
E, pelo final, fica claro que vem aí X-Men 3. Inclusive, já dá pra saber qual é a próxima história que será utilizada.
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Só descobri hoje:
Na compra de um combo mega no Cinemark, você ganha um boné do filme!
Se alguém for assistir o filme lá, aceito doações.
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Dicão do Ignorante:
Estão republicando Ronin do Frank Miller. Assim que eu ver como está a edição, volto a falar dele por aqui.
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Já estava me esquecendo... Antes de X-Men 2 passa o trailer do filme baseado nos quadrinhos de Alan Moore: As aventuras da liga extraordinária. Aqui o filme será intitulado “A Liga”.
Já sabemos que fizeram inúmeras (muitas mesmo!) modificações na história original, o que pode comprometer seriamente o filme, mas o trailer me deixou animado.