Estudando direito, por vezes (poucas), você acaba se deparando com questões interessantes.
Ao estudar sobre os Direitos Fundamentais previstos na Constituição, se percebe que uma de suas características é a inalienabilidade. Traduzindo: você não poderia dispor, abrir mão dos direitos fundamentais que lhe são conferidos, mesmo que quisesse.
Neste contexto foi suscitado, como exemplo, o esporte conhecido como Arremesso de Anão, praticado em diversos países, que consiste em se pegar um anão e arremessá-lo o mais distante possível. Geralmente essa competição acontecia em alguns bares, não sendo raro que os participantes estivessem embriagados.
Tudo isso com o consentimento dos anões, é claro (afinal, os anões são sempre legais).
No entanto, o Estado resolveu intervir no esporte e acabar com a festa, já que tal prática iria contra a dignidade humana e blablablah...
O anão e o bar, inclusive, entraram com uma ação para garantir o direito da prática do esporte, utilizando-se da alegação de que o anão queria ser arremessado e que aquele era seu sustento. Ou seja, sem o esporte, o anão arremessado estaria desempregado e passando fome. Não deu certo, continuou proibido.
Moral da história: Até quando quer ser sacaneado, sacaneiam o anão e não permitem que ele seja sacaneado. Ou algo assim.
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Pesquisando na internet, você pode encontrar diversas referências a este esporte. Essa aqui é da revista Isto É:
“A polícia de Nova York proibiu na segunda-feira 11 o tradicional concurso de arremesso de anões promovido por um bar de Long Island. Os anões, com a cabeça protegida por um capacete, eram arremessados num local do bar especialmente preparado para o evento, com as paredes acolchoadas e o chão forrado com colchões de ar. Ganhava quem conseguisse arremessar mais longe o seu anão.”
Reparem que era um concurso “tradicional”.
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E AQUI tem um texto interessante sobre o assunto, que, entre outras coisas, chega a mencionar a banda paralela do Mike Dirnt do Green Day, The Frustrators, que tem uma música chamada “The Great Australian Midget Toss”
O Tony gravou pra mim o disco de tributo ao RAMONES que só será lançado em 11 de fevereiro.
Achei o disco bom pra cacete e, como toda coletânea, tem altos e baixos. Aqui vai minha humilde opinião sobre boa parte do tracklist:
- Rob Zombie com Blitzkrieg Bop: A música está toda mudada e se transformou no metal dançante que Rob Zombie faz desde o White Zombie, que, aliás, vem se acentuando pro lado dançante em sua carreira solo. Muito bom.
- Eddie Vedder com I Believe in Miracles: Sempre achei esta a pior música do Ramones. E não foi o Eddie Vedder que conseguiu melhorá-la, numa versão bem parecida com a original. Só o Andrew W.K. poderia salvar esta.
- Metallica com 53rd & 3rd: Aqui o Metallica parece uma banda punk. Esqueceram o metal e se tornaram uma banda de garagem. Boa.
- U2 com Beat on the Brat: Espetacular!!! Um dos pontos mais altos do disco. Bono é O Homem e canta a música do jeito mais apaixonado que já se viu. The Edge acrescenta algumas guitarras que fazem a diferença.
- Kiss com Do you remember rock and roll radio: Outra espetacular!!! Disputando com o U2 o posto de melhor cover, o Kiss pega a música mais festa do Ramones e, apesar da versão bastante parecida com a original, acrescenta o estilo festa do Kiss.
- Marylin Manson com The KKK took my baby away: Decepção... Parece que o Sr. Manson não acerta mais nenhuma cover. Já tinha errado com Tainted Love, errou com AC/DC e agora consegue a proeza de estragar esta música, numa versão arrastada e gótica. Seria mais digno colocar a cover do Face to Face.
- Garbage com I just want to have something to do: Não acrescenta nada. Uma pena, poderia ser um dos pontos altos do cd.
- Green Day com Outsider: Green Day é Green Day e ponto. E isto é um elogio.
- Rancid com Sheena is a punk rocker: Matt Freeman conseguiu o impossível e firulou toda a linha de baixo desta música. Lars no vocal.
- The Offspring com I wanna be sedated: Competente.
- Tom Waits com Return of Jackie and Judy: Outro ponto alto do cd. Virou uma música do Tom Waits com todas as esquisitices de que ele é capaz. Excelente!
- Eddie Vedder with Zeke com Daytime Dilemma: Muito melhor que I Believe in Miracles! Aqui Vedder faz jus a sua participação no cd.
Da série MELHOR DISCO DE TODOS OS TEMPOS (ENTRE OUTROS)
MISFITS – WALK AMONG US
Acredito que eu tenha feito o caminho inverso da maioria dos fãs da banda. Era fã incondicional do DANZIG e já tinha comprado todos os seus cds, incluindo até alguns eps. Somente após não ter mais o que comprar do Danzig que fui procurar a sua antiga banda de punk rock.
E Walk Among Us, o primeiro lançamento oficial da banda, pode ser considerado o melhor disco já feito pelo Misfits, chegando a parecer mais uma coletânea de hits do que um álbum em si. Músicas como 20 eyes, hatebreeders, I turned into a martian, skull, astrozombies e brain eaters são todas clássicas, além de possuírem alguns dos refrões mais grudentos que já se viu.
Neste disco recheado se citações de filmes B e letras beirando o ridículo, como a reclamação de comer cérebros todo dia, o desejo por uma caveira, marcianos e zumbis, quem faz a diferença é Glenn Danzig com seu vocal marcante e diferente de praticamente tudo que havia à época (talvez só comparável ao Dave Vanian do The Damned).
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A música Brain Eaters pode ser encontrada numa versão muito mais rápida que nesse cd, no disco Misfits Collection (não me lembro se é o I ou o II)
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A quantidade de bandas que fazem covers das músicas do Misfits é enorme. Recomendo algumas:
- Deadguy: Horror Business (considero essa música a melhor música do Misfits. E a cover é uma das melhores versões que já escutei)
- Pennywise: Astrozombies
- Lemonheads: Skulls (na verdade, acho que é só o Evan Dando tocando ela acústica...)
Show do INVISIBLES no Domingo passado, em Niterói.
Partimos em direção ao Bar Convés no Gragoatá e ao chegarmos lá, apesar dos shows ainda não haverem começado, o lugar já estava cheio de gente na porta.
No decorrer da tarde, mais pessoas foram chegando. Resultado: Nunca vi aquele bar tão cheio quanto no Domingo.
Na hora do nosso show, o lugar estava lotado e a recepção foi uma das mais calorosas que já tivemos. Todo mundo cantando todas as músicas, com direito a stage diving e crowd surfing (ah, como eu gosto de usar expressões na língua inglesa!).
Realmente ficamos felizes.
Nossos mais sinceros agradecimentos ao Rômulo, ao site RIOHC , a todos ajudaram a organizar o show e, por fim, mas não menos importante, a todos que compareceram.
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No final de semana também pude rever o filme CORPO FECHADO.
Minha opinião apenas se reforçou: um dos melhores filmes que já vi.
Infelizmente, é o tipo do filme que não se pode comentar qualquer detalhe, sob pena de estragar a surpresa de quem não viu, não só quanto ao roteiro do filme, mas também sobre do que se trata o filme.
Ah, o DVD ainda traz as cenas que foram cortadas, com comentários do Shyamalan. Dá pra perceber que as cenas foram retiradas na edição final do filme, pois todas já estão finalizadas. E, por incrível que pareça, todas elas são muito boas, ao contrário do que costuma acontecer com cenas deletadas e poderiam estar, facilmente, na edição final.
Além dos motivos óbvios (forte, bonito e um dos melhores artistas pop da atualidade), o ex Take That é capaz de uma declaração como essa:
“Acho a pirataria genial. Além do mais, não há nada a fazer, nada que possa freá-la. Eu sei que minha gravadora vai me odiar por dizer isso. Talvez não tenha nada a ver com isso. Mas quando me fazem perguntas, respondo o que penso. Estive há um ano numa reunião de diretores de gravadoras e era evidente que eles não tinham a mais remota idéia de como agir em relação a este assunto. Acho sensacional que as pessoas baixem música da internet e a copiem. Não se pode proibir.”
E o desfecho:
“Além disso, já vendi 5 milhões de discos. Sinceramente, podem copiar o que quiserem.”
Figura fácil de se encontrar por aí era o Arnaldo. Arnaldo, sempre charmoso e galante, apesar de não ser bem dotado no quesito aparência física. Arnaldo conseguia qualquer mulher que queria a qualquer tempo e se orgulhava disso. Apontava para uma mulher a esmo na rua e dizia: tá vendo aquela ali? Vou pegar. Ia lá conversava por 5 minutos com a mulher e de repente estavam se beijando. Arnaldo era feio pra cacete. Isso não impedia ele de se dar bem. Arnaldo era foda.
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Da série AS MELHORES FRASES DE FILME
"ENVY THE COUNTRY THAT HAS HEROES. PITY THE COUNTRY THAT NEEDS THEM."
(Van Zan em Reino de Fogo)
Hoje encontrei num sebo o cd do GWAR: Carnival of Chaos. Comprei na hora.
Eu só tinha uma fita cassete do America Must Be Destroyed, que há muito já se perdeu no caos de fitas lá de casa.
Segundo a biografia da banda em seu SITE, precariamente traduzida por mim, a lenda do Gwar começou milhões de anos atrás, quando elas vandalizavam a galáxia com uma quadrilha de piratas espaciais, conhecidos como Escória do Universo. Ao desagradar seu Mestre, o Gwar foi aprisionado no planeta mais lamacento da galáxia... a Terra. Depois de exterminarem os dinossauros e inadvertidamente criarem a espécie humana ao estuprarem macacos, Gwar começou a afetar significativamente o desenvolvimento do planeta, até aquele show destruidor na Atlântida, quando foi determinado que o Gwar deveria ser enterrado na Antártida.
Muitas centenas de anos depois, Gwar foi descoberto e reanimado por um empresário inescrupuloso, que lhes deu guitarras elétricas e os anunciou como a última sensação do Rock’n’Roll.
Da série O MELHOR ÁLBUM DE TODOS OS TEMPOS (ENTRE OUTROS)
MINISTRY – Psalm 69: The way to succeed and the way to suck eggs
Antes um pequeno resumo:
O Ministry lança em 1983 o disco With Sympathy, um álbum de dance/pop. Reza a lenda que o disco é horrível. Inclusive, na minha adolescência, encontrei este disco à venda numa loja de cds de metal, só que ao levar para o balcão para comprá-lo, o balconista, literalmente, me impediu de comprar o cd! Ele disse que era muito ruim e tomou o cd das minhas mãos e devolveu à prateleira.
Em seguida é lançado Twitch. Um cd ainda predominantemente eletrônico, mas já mostrando alguns traços do que a banda iria se tornar a seguir.
Após Al Jourgensen, o único membro oficial do Ministry até então, se juntar ao baixista Paul Barker, foi lançado o cd The Land of Rape and Honey, tomado, por muitos, como o primeiro disco “de verdade” do Ministry. Samplers, batidas eletrônicas, guitarras e vocais distorcidos, barulho, músicas rápidas, músicas arrastadas. Parecia que finalmente haviam encontrado o som que procuravam. Esse disco foi seguido pelo também ótimo The Mind is a Terrible Thing to Taste (músicas clássicas da banda estão neste álbum, como Thieves, Burning Inside, Breath e So What) e um registro ao vivo de seus shows: In Case You Didn’t Feel Like Showing Up.
Se o Ministry tivesse feito só isso já seria o bastante. Com estes discos, influenciaram um monte de bandas e colaboraram para definir um estilo de música. No entanto, em 1992 é lançado o álbum objeto deste post: PSALM 69.
Com uma produção esmerada, tanto em termos visuais como sonoros, Psalm 69 é o auge de toda a carreira musical de Al Jourgensen e Paul Barker. O disco começa com N.W.O., música violenta, rápida, com uma batida repetitiva e os vocais distorcidos de Al Jourgensen. Já dava pra perceber, só por essa faixa, que a banda estava um passo além do que já havia sido feito até então. Prossegue o cd com excelentes faixas, como Hero, Just One Fix, TV II, entre outras. Impossível não mencionar uma das melhores músicas da história: Jesus Built My Hotrod, com os vocais literalmente insanos do Gibby Haines do Butthole Surfers. Já Scarecrow é a música mais arrastada do cd, mas nem por isso de menor importância (afinal, em todos os lps do Ministry, existe pelo menos uma música arrastada)
Álbum pesado e barulhento, mas com um apelo pop considerável, levando-se em conta o estilo da banda. Tanto é que o clip de Jesus Built My Hotrod teve alta rotatividade na MTV, seguido pelo de N.W.O.
Psalm 69 é o melhor disco do Ministry e, talvez, o grande estigma que a banda tenha que carregar, já que nunca conseguiram superá-lo (apesar de terem mantido o nível de qualidade nos cds seguintes).
Aliás, já saiu o disco novo da banda: Animositisomina: sujo, pesado, não tão calcado em samplers e elementos eletrônicos. A sonoridade deste novo álbum, inclusive, está bem próxima do LARD (banda de Jorgensen e Barker junto com Jello Biafra do Dead Kennedys).
Era aquele produto de passar no cabelo que aparecia no filme Um Príncipe em Nova York e o comercial tinha uma musiquinha bizarra (Leeet your soul glooooow...).
Pois é, vocês se lembram que a fábrica do Soul Glow tinha um dono rico, arrogante e que vivia com o cabelo encharcado de seu produto?
Hoje eu estava lembrando que o dono do Soul Glow não era ninguém menos que Benton, o médico mal humorado do Plantão Médico:
BENTON
Infelizmente não consegui achar uma foto dele com Soul Glow.
Ok, este post deveria ter sido publicado ontem, mas devidos a problemas técnicos, somente foi possível agora.
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Ontem fui ver 007 - UM NOVO DIA PARA MORRER.
Mas antes passei na Domino´s para comer uma pizza de pepperoni e me deparei com uma promoção: na compra de qualquer pizza, mais R$ 3,60, você leva o novo DIP´s da Domino´s, que é a massa da pizza com cheddar mais um molho de alho com ervas.
"Beleza, vamos ver qual é...", pensei eu.
Comi a pizza e depois chegou o Dip´s, mas já estava na hora do filme. Subimos correndo para o cinema e nos acomodamos. Abrimos a caixa: Quanto a massa, não tem muito erro. O problema foi o molho. Na verdade, não era um molho, mas sim um óleo! Uma substância oleosa e pouco convidativa, com aroma de alho e ervas. Fiquei decepcionado, pois esperava uma pasta ou algo assim.
E se você já sentou ao lado de alguém com comida no cinema, deve saber que o cheiro que ele está comendo é multiplicado por 10.
Comi alguns pedaços, mas confesso que não foi a experiência mais legal da minha vida.
Moral da história: Se você for na Domino´s, fique só com a pizza mesmo.
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Antes do filme, passou o novo trailer do filme do Demolidor, com muito mais cenas que o trailer anterior e mostrando os principais personagens, como o Rei do Crime, Elektra e Mercenário.
Não me empolgou.
Espero que eu esteja enganado.
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Mas voltando ao tópico inicial, fui ver mais um filme do James Bond e, cá entre nós, não tem muito o que errar num filme do 007. Quem está lá quer ver cenas de ação, Bond traçando todas as mulheres do filme (menos a secretária Moneypenny, é claro), aparelhos tecnológicos avançados, carros velozes, perseguições. E como não podia deixar de ser, o filme tem isso tudo!
Pierce Brosnan está cada vez melhor no papel de agente secreto e está conseguindo pegar qualquer mulher com apenas 4 frases (proeza que ele repete no filme Alfaiate do Panamá). A parceria com a Halle Berry funciona e o filme chega a lembrar os tempos de 007 contra o Foguete da Morte, com alguns elementos inverossímeis mas muito legais (aliás, quem quer ver 007 está proibido de esperar algo verossímel e essa que é a graça).
Mas continuo achando o ROGER MOORE o melhor James Bond de todos os tempos.
Da série PESSOAS COM ROUPA DE COURO SÃO SEMPRE LEGAIS
Ora, nada como uma bela roupa de couro para realçar os contornos e embelezar uma pessoa.
Tomemos como exemplo o ator EVERETT MCGILL
Você se lembra de Everett McGill? Ele já trabalhou em diversos filmes, como Duna, A Criatura Atrás das Paredes, Twin Peaks, entre outros. Vejam como ele não apresenta qualquer atrativo físico ou charme. Veja que pessoa destituída de qualquer poder de atração:
No entanto, a situação muda de figura quando vemos Everett McGill devidamente paramentado no traje protetor, muito provavelmente confeccionado em couro, do filme Duna:
Observem como o traje lhe empresta uma atitude imponente e máscula! Seus músculos parecem forjados a ferro e fogo! Você certamente passaria na rua pelo Everett McGill da primeira e segunda foto e nem o reconheceria... Mas o mesmo seria impossível com o Everett McGill da terceira foto, justamente em razão do traje de couro ostentado pelo nosso ator.
McGill ainda pode ser visto no filme A Criatura Atrás das Paredes trajando uma roupa de couro dos pés a cabeça, literalmente:
Everett McGill fica tão legal, mas tão legal, com sua roupa e máscara de couro, que a câmara fotográfica não conseguiu fazer jus à imagem real, nos mostrando apenas a imagem confusa acima.
Estou com este pequeno machucado no rosto, decorrência da acne que me acompanha desde o início da adolescência até hoje e, cá entre nós, parece que irá me acompanhar por muito mais tempo.
É um machucado pequeno, coberto por uma casca de sangue coagulado. Eu sei que se deixar ele em paz, a casca vai cair e o ferimento irá cicatrizar, sem deixar qualquer marca.
No entanto, sem que ao menos perceba, já estou enfiando a unha na borda do machucado e cutucando a casca de sangue. Tento parar. Paro. Volto a cutucar. Paro de novo. Torno a cutucar. Não paro.
A casca do machucado está na minha mão agora e o sangue (pouco, na verdade) começa a sair da ferida novamente.
Tudo bem... Daqui a pouco ele vai estar coagulado.
A BETANY me mandou uma entrevista bem bacana com o Alan Moore sobre o DO INFERNO (Valeu, Betany!).
E como vocês sabem, Alan Moore é uma das minhas paixões permanentes. Para não ser muito óbvio e citar apenas Watchmen e A Piada Mortal (que, se não me engano, ganhou recentemente uma edição pocket brasileira), o mestre está sendo publicado aqui, através da revista do Tom Strong (que também traz o Top 10). Material imperdível, aliás.
Como Alan Moore é uma figura ímpar (em todos os sentidos), chegando a afirmar que, inclusive, já teve oportunidade de conversar com o John Constantine em carne e osso, irei transcrever abaixo um dos trechos mais interessantes da entrevista.
[Se você não se interessa por quadrinhos, Alan Moore ou Jack, O Estripador, por favor volte amanhã.]
“É verdade que você se identificou com Jack, o Estripador, numa noite em um clube de striptease?”
“Isso foi depois de escrever Do Inferno. Encontrei a mim mesmo, tendo uma vez visitado a área e tendo escrito sobre isto, sendo atraído de volta por várias razões. Nesta ocasião particular, quando o Canal Quatro queria me filmar para o programa "Clive Barker's World of Horror" (O Mundo de Horrorde Clive Barker). Como eu estava obviamente à parte do O Mundo de Horror de Clive Barker, eles decidiram me filmar sob a Igreja de Cristo. Em um raro gesto de concordância e benevolência, as autoridades da igreja realmente retiraram o carpete, se curvaram para ajudar a equipe de filmagem e nem pareceram se importar quando nós espalhamos nuvens de gelo seco e a equipe de filmagem, por alguma razão, desenhou no piso um diabólico pentáculo ao meu redor.
Depois nós fomos para a Ten Bells Public House lá do outro lado da rua, e essa foi a primeira vez que tinha estado lá, embora em ocasiões anteriores estivesse fechado quando passei ou particularmente não estivesse interessando em beber. Havia um show de striptease se desenrolando, que eles fazem durante o dia. Eles retiraram todos os cartazes que anunciam o striptease porque à noite aparecem turistas, os turistas de Jack, o Estripador, que por alguma razão são em sua maioria japoneses. Você tem estas filas de turistas fotografando partes da sarjeta, e eles não querem um Tem Bells com atos de striptease, eles querem alguma coisa que ainda tenha uma atmosfera vitoriana.
No pub, nós estávamos bebendo, a moça estava dançando, e ela vinha depois de cada dança receber gorjetas da platéia. Eu somente senti um pouco de tristeza nela, você sente pena de artistas de striptease como esta, pois esse não é o melhor trabalho do mundo, e eu disse "realmente foi muito bom, você realmente é ótima". Ela se derreteu por causa disso; não acho que ela tenha tido palavras desse tipo em meses. Eu repentinamente compreendi o quão vulnerável ela era para alguém que lhe dissesse palavras desse tipo, e que trabalhar naquele pub em particular, com as gravuras das vítimas do Estripador na parede, talvez fosse perigoso para ela.
Há cem ou mais anos depois dos assassinatos do Estripador, há algo horrível nas garotas da classe trabalhadora que vendem seus corpos por dinheiro naquele pub em particular, ou naquela esquina e naquela rua em particular. Ainda há muitos fantasmas desagradáveis na área de Whitechapel. Por exemplo, clientes das prostitutas da área aparentemente pagam mais para fazer sexo nos locais onde ocorreram os crimes, o que é algo horroroso. Há alguma coisa horrível sobre esta situação; eu, o escritor de Jack, oEstripador, no pub de Jack, o Estripador, observando a dança dessa garota. Havia alguma coisa lá que mexeu muito com meus sentimentos e pensei "Eu tenho que voltar". Isto foi um reflexo de Do Inferno, experimentar uma parte desagradável dos assassinatos, meu relacionamento com os assassinatos e com aquela área, algo que talvez seja um pouco assustador mas que não pude rechaçar pelos propósitos daquela história.”
No recesso, assisti ao filme SOBREVIVENTE (Series 7: The Contenders)
Esse filme passou por aqui, em uma das Mostras Rio, mas, na época, não pude ver.
Todo filmado como se fosse um programa de televisão (inclusive no que tange à imagem, trilha sonora, narração...), Sobrevivente é um programa em que pessoas comuns são sorteadas pela loteria para participarem do evento. Ao ser sorteada, a pessoa recebe uma arma e seu objetivo é matar os demais participantes, que, por sua vez, também receberam uma arma e têm o mesmo objetivo. O prêmio? Continuar vivo.
Tudo bem, a fórmula é batida e sua variante já foi abordada em diversos filmes, como no Surviving the Game, onde o Ice T é um mendigo (eu acho muito mais legal escrever mendingo) que é sequestrado para servir de caça a ricos inescrupulosos. Mas a variação mais conhecida (pelo menos, por mim) é O SOBREVIVENTE: filme estrelado pelo velho e querido Arnold Schwarzenneger e adaptado de uma história do Stephen King (ou Richard Bachman), que tem direito a adversário com serra elétrica e tudo mais.
Mas voltando ao filme em questão, nele é explorado o lado reality show, com um cameraman perseguindo cada participante. Se não me engano, na época de lançamento quiseram dar um ar de cult ao filme, mas o que interessa é que ele é bastante divertido, conseguindo ser violento e sombrio sem perder o bom humor.
Mas Rubinho, por que os sorteados são obrigados a participar do programa?
NÃO INTERESSA! O que interessa é que eles tem que matar os outros participantes! E o mais legal é que o vencedor da temporada, necessariamente, tem que participar da próxima temporada!
O DVD saiu por uma distribuidora vagabunda aqui no Brasil e pode ser adquirido por meros R$ 20,00. Agora é só escolher por quem você irá torcer.
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E, contrariando todas as minhas expectativas, está passando SPIDER do Cronenberg nos cinemas nacionais.
Como eu não queria repetir a dose do ano passado de ficar em casa me embebedando, repeti a dose dos anos anteriores ao passado e fui me embebedar em Copacabana.
Por incrível que pareça, não houve nenhuma confusão (exceto um casal de namorados se empurrando), foi possível chegar rapidamente à Copacabana, bem como sair de lá.
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E no dia 1º, cumpri meu dever de Nerd e fui ver O SENHOR DOS ANÉIS: AS DUAS TORRES.
Apesar de ter adorado o primeiro filme, tenho que dizer que este é muito melhor! As cenas de batalha são impressionantes, o filme é agil e tem ritmo e as alterações da história do livro também foram bem encaixadas.
Sir Ian McKellen continua impressionante como Gandalf (ah, vocês já sabiam que ele voltaria, não é mesmo?) da mesmo forma que Christopher Lee como Saruman, Gimli virou a âncora cômica do filme e Gollum realmente merece o Oscar de melhor ator coadjuvante.
Poderia, tranquilamente, ficar mais 3 horas no cinema.
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Escutando agora: Kids are united (Atari Teenage Riot)
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Interrompi minha leitura d'O Rei do Inverno pra ler O LIVRO DAS ILUSÕES do Paul Auster.
Depois da fábula de Timbuktu, seu último e bom livro lançado no Brasil, Paul Auster voltou com tudo neste novo romance.
David Zimmer, após perder sua família num acidente de avião e afundar-se em autocomiseração e álcool, encontra como pedra de salvação um filme mudo antigo. Após ver este filme, David fica obcecado por todos os filmes estrelados pelo comediante desaparecido Hector Mann e roda o mundo para conseguir ver os poucos filmes em que atua Mann.
Hector Mann, um ator em ascenção em Hollywood que, misteriosamente, desaparece, sem deixar qualquer rastro.
Zimmer consegue lançar um livro sobre a obra de Mann e um dia recebe uma correspondência de que Hector Mann leu seu livro e gostaria de encontrá-lo.
Qual seria o mistério por trás do desaparecimento de Mann? Estaria Mann ainda vivo?
Quem já leu mais de um livro do Paul Auster, já deve ter percebido, apenas pela minha humilde, pobre e breve sinopse acima, que vários dos elementos recorrentes de sua obra estão presentes também neste livro. E mais uma vez ele consegue costurar uma história que prende a atenção do início ao fim e surpreende a todo o momento o leitor.
Como o próprio Auster disse: "Não é um livro sobre a morte, mas sobre a perda e a aflição"
Como todo livro do autor, imprescindível.
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E Post com figurinha, só quando eu voltar ao trabalho na 2ª feira.