- Ver no cinema todos os filmes que vão concorrer ao Oscar;
- Ver no DVD todos os filmes que eu comprei e que estão encostados num canto do quarto;
- Acabar de ler o “Superbrinquedos”;
- Colocar em dia meus quadrinhos atrasados;
- Dormir;
- Escutar os cds novos que estão encostados num canto do quarto;
- Andar na praia de manhã;
- Desfilar no Sambódromo, como destaque em várias escolas de samba (de preferência ao lado do Victor Fasano e do Miguel Falabela).
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Anteontem, entrou uma enorme barata voadora no meu minúsculo quarto.
Foram momentos de tensão e horror, que terminaram com a barata esmagada sobre uma pilha de cds e metade do que se encontrava no meu quarto fora dele.
Pensei que tinha sido um acontecimento isolado.
Pena que havia me esquecido que as coisas sempre podem piorar...
Ontem, meu irmão e meu primo descobriram um ninho de baratas numa rachadura entre a parede e a porta. Segundo me contaram, jogaram quase um vidro inteiro de inseticida no vão e só ficaram escutando o barulho das pequenas patinhas em convulsão.
Ainda cheguei em casa a tempo de ver umas 6 baratas restantes, mortas no chão.
O vão que abriga as baratas fica somente a alguns passos do meu quarto.
Legal, hein?
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Hoje, finalmente consegui achar num sebo o cd Plastic Fang do Jon Spencer Blues Explosion.
Se todas as músicas estiverem no nível de “She Said”, tem tudo pra ser o melhor cd dele.
Ah, se puderem, vejam o clip da música, que parece um filme de terror da Hammer, seguindo todo o conceito do disco.
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Razões para gostar do Bukowski:
“rabiscando em caixas de camisa durante dois dias de porre:
quando o Amor se transforma num comando, o Ódio pode transformar-se num prazer”
“pensamentos bonitos e mulheres bonitas jamais perduram.”
“a diferença entre a Arte e a Vida é que a Arte é mais suportável.”
“torneiras pingando, arroubos de paixão, pneus furados – todos são mais tristes que a morte.”
(Charles Bukowski, Notas de um velho safado)
[mas se eu fosse cool mesmo, teria citado Fante...]
Dando uma olhada num SITE SOBRE O PAUL AUSTER , descobri que o livro A MÚSICA DO ACASO já foi adaptado para o cinema em 1993, com o James Spader atuando.
Como ninguém me avisou sobre isso antes?!
Este deve ter sido o segundo ou terceiro livro do Paul Auster que li, há muito tempo atrás e é bom pra cacete! Se não me engano (e resumindo mal e porcamente), a história é sobre dois caras que, ao perderem um jogo de pôquer, são praticamente privados de sua liberdade e obrigados a construir um muro.
Desnecessário dizer que uma história simples como essa é suficiente para Auster desenvolver seus personagens, na sua forma habilidosa e singular.
Continuando minha pesquisa, descobri que o filme foi lançado no Brasil com o singelo título Jogando com a Sorte. Inclusive, parece que o próprio Paul Auster faz uma ponta no filme.
Alguém aí já viu?
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Mais uma informação: Li em algum lugar que o livro No País das Últimas Coisas, também ganhará uma adaptação cinematográfica.
Não sei se isso é algo que acontece em todo lugar, mas raras são as vezes que eu não me divirto andando de táxi no Rio de Janeiro.
A maioria dos taxistas tem alguma história interessante pra contar. Por exemplo: dia desses, um senhor com mais de 70 anos me contou como o filho, que ele tanto ajudou a subir na vida, não lhe fala mais, por causa de uma mulher. Não foi uma história engraçada, mas eu sempre gosto de ouvir o que as pessoas têm a dizer. E no caso de taxistas, há uma vantagem: a conversa dura o tempo da viagem, então não há qualquer anseio do motorista em se tornar seu amigo. Na maioria das vezes, a conversa é um desabafo ou mesmo papo furado.
Outro tipo caso bizarro ocorreu hoje: estou voltando da audiência e começa a tocar no rádio uma música muito antiga do Lulu Santos. O taxista, até então quieto, exclama “Quanto tempo eu não ouço essa música!”. Concordo com ele de forma monossilábica.
Em seguida, ele dispara: “Você sabia que o Lulu Santos é viado?”
Respondo: “Olha, saber eu não sabia não, mas desconfiava...”
O motorista prossegue: “Pois é, faz um tempo entrou um neguinho aqui no táxi e começou a falar pelo celular com um tal de Lulu e discutiu um pouco com ele. No meio da conversa, eu manjei que ele estava falando com o Lulu Santos”.
E não me perguntem como, o motorista perguntou para o rapaz, quando ele desligou o telefone, se o Lulu Santos era viado. Ao ser indagado, o rapaz riu e contou-lhe não só sobre as preferências sexuais do cantor e guitarrista, como revelou-lhe que era seu caso, inclusive sendo bancado por ele (casa, comida, conta de telefone, entre outros).
Confidenciou-me o motorista que ficou desconfiado sobre a veracidade da história do rapaz, até que ele disse: “E você vai ver: nós vamos parar e quem vai pagar a viagem será o Lulu Santos, já que eu estou sem nenhum tostão no bolso.”, o que, segundo o taxista, veio a se concretizar no fim da viagem.
Reparem que não estou dizendo que acredito no motorista ou que é verdade a história. Só estou compartilhando com vocês o que me foi relatado.
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Agora, imaginem o desgosto da mãe desse rapaz, quando lhe perguntam qual é a profissão do seu filho:
“No que meu filho trabalha? Ah! Meu filho come o Lulu Santos...”
Estou acabando de ler “SUPERBRINQUEDOS DURAM O VERÃO TODO e outros contos de um tempo futuro” do Brian Aldiss.
Trata-se de uma coletânea de contos de ficção científica, que traz como carro chefe o conto que inspirou Kubrick a filmar “A.I.”, cujo projeto somente foi terminado pelo Steven Spielberg.
Um ponto singular do livro é o prefácio, em que o autor conta como trabalhou por anos para desenvolver um possível roteiro do filme junto ao Stanley Kubrick e mostra um pouco da personalidade difícil do cineasta e a obsessão de transformar o pequeno conto de Aldiss numa espécie de “filme de ficção científica definitivo”.
No próprio conto “Superbrinquedos”, a comparação do menino ao Pinóquio é inexistente, limitando-se apenas a contar a história de um menino que não consegue agradar a mãe. E, talvez pela obsessão de Kubrick, Aldiss ainda gerou mais dois contos continuando a história.
Mas o livro não se resume somente a isso. Os outros contos também são muito bons, superando, muitas vezes, o conto principal. Os assuntos são diversos: uma raça superior de mulheres aladas, a expansão de uma indústria interplanetária, um prelúdio a Adão e Eva, um artista da autodecapitação e por aí vai.
Talvez o mais interessante seja a forma como Aldiss conta suas histórias: a maior parte dos contos lembra um relatório ou uma reportagem de jornal, onde o autor simplesmente relata a história como se fosse um fato corriqueiro. Você é obrigado a entrar num universo de ficção, onde os termos científicos lhe são apresentados como se fossem velhos conhecidos seus, o que acaba poupando explicações chatas ou inúteis.
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Da série EU QUERO ISSO:
DVD especial sobre o TIMMY, o garoto retardado e de cadeira de rodas de South Park
Da série MELHOR DISCO DO ANO (a não ser que o Andrew W.K. lance um disco novo este ano também)
AFI – Sing the Sorrow
Apesar do lançamento do cd estar previsto só para 11 de março, todas as suas faixas já podem ser facilmente obtidas na internet. Como eu nunca vi um cd do AFI à venda aqui no Rio, tenho todos baixados da internet e com esse não foi diferente.
Produção primorosa e bem cuidada, além de algumas das mais inspiradas composições da banda, extrapolando o gênero hardcore. O vocal do Dave Havok, que vinha melhorando a cada cd, aqui atinge o seu auge e as músicas estão mais melódicas e sombrias, com direito a uma surpreendente balada só com guitarra e voz.
As probabilidades do disco novo ser lançado no Brasil até são (um pouco) maiores, já que o AFI está numa major agora.
No final de semana vi o filme 3.000 MILHAS PARA O INFERNO.
Filme de ação estilo videoclip e descerebrado. Ou seja: muito legal!
A história: Um assalto a um cassino onde está sendo realizada uma convenção de sósias do Elvis Presley. O apelo: Os bandidos estão fantasiados de Elvis Presley. O desenvolvimento: Quem vai conseguir ficar com o dinheiro no final?
E assustadoramente, o filme tem 2 horas de duração, com tudo aquilo que você espera: tiroteios, perseguições de carro e brigas.
Kurt Russel sempre bom interpretando o papel de Kurt Russel no filme. Ele é o bandido que não é tão mau assim.
Kevin Costner, que atuou em poucos filmes dignos de nota (com exceção do espetacular e melhor filme de todos os tempos Campo dos Sonhos), faz o papel do bandido mau pra carai que também não é tão mau assim.
Pra terminar, ainda tem a participação de Ice-T, sempre bom interpretando o papel de Ice-T.
É o seguinte: Já escrevi e apaguei este post umas 3 vezes e não tem um jeito melhor de fazer isso.
É o tipo de coisa que nunca fica boa, seja falando ou escrevendo. Mas se vocês continuam a entrar aqui, dia após dia, acho que no mínimo vocês também estão interessados no que acontece comigo. Então, mesmo sendo algo extremamente pessoal, não vejo como não dividir com vocês.
Minha avó Zélia faleceu.
Como eu disse, não tem um jeito melhor de dizer isso.
Ela era uma pessoa maravilhosa (quem a conheceu, sabe disso) e vamos todos sentir saudades dela.
Ocupado na frente do computador, fazendo uma petição que tenho que dar entrada hoje.
Toca o telefone, minha secretária diz que tenho um cliente esperando na recepção pra falar comigo.
Praguejo. Amaldiçôo. Xingo. Mando o cliente entrar.
Ele se senta, mas não sem antes me oferecer um frouxo aperto de mão. Sabe aquele tipo de pessoa que te cumprimenta somente estendendo a mão e deixam que você aperte a mão dela, sem apertar a sua em troca? Sabe aquela sensação de estar apertando um bicho morto? Foi este o aperto de mão.
Então começa a ladainha. Reclamações, choramingos e toda sorte de infelicidade que você possa imaginar. Tudo despejado sobre mim. Sem dó. Sem piedade.
Escuto tudo. Em nenhum momento do monólogo eu apenas finjo que estou escutando. Faço questão de ouvir tudo que o infeliz tem para dizer.
Depois de 15 minutos ele acaba. Tento acalmá-lo e dizer-lhe que tudo será resolvido. São perdidos mais 5 minutos. No mínimo, 20 minutos da minha vida são inteiramente perdidos nesta conversa. 20 minutos.
Ele se levanta e se dirige à porta da minha sala.
Enquanto ele se levanta, abro minha gaveta e puxo minha 38 novinha. Comprei ontem.
Antes dele colocar a mão na maçaneta, o chamo. Ele se vira. Disparo. O sangue mancha a porta e o carpete que a faxineira tinha acabado de limpar. Engraçado, o sangue sempre parece ser mais real nos filmes.
Enquanto ele está olhando para mim com o único olho que lhe sobrou, pego o telefone e chamo a faxineira de novo, que prontamente chega e começa a limpar a bagunça.
Ele agradece pela minha atenção, deseja um bom dia e vai embora, sujando o resto do escritório.
Volto à minha petição.
Mesmo concentrado, posso escutar a faxineira reclamando para si mesma da merda de emprego que possui.
Acabei de ler, neste final de semana, o livro O APANHADOR DE SONHOS do Stephen King.
Mais uma vez Stephen King volta ao tema de alienígenas e amizade entre crianças.
Alienígenas (a princípio, os “convencionais” homens cinzentos) pousam em uma floresta no Maine. O exército é chamado para contê-los, pois acreditam que há uma infecção que poderia se alastrar através de uma espécie de fungo vermelho que os aliens teriam trazido.
Por óbvio, toda a área é isolada e os homens que ali estão são contidos. Dentre os homens na área em quarentena, estão quatro amigos que possuem alguns dons especiais.
O livro trabalha bastante com flashbacks da infância destes 4 amigos e como eles conheceram Duddits, uma criança com síndrome de Down que talvez seja a chave para todos os acontecimentos presentes. Além disso, os 4 tem que lidar com fungos alienígenas, homens cinzentos, invasão de corpos, um oficial louco do exército e, como esquecer, as “fuinhas de merda”.
Achei o livro muito bom, lembrando o Stephen King de outrora, em livros como A Coisa e Tommyknockers. Ao mesmo tempo que consegue ser envolvente contando a história da amizade dos 5 personagens principais, também traz suspense e, por muitas vezes, náuseas, como a descrição das pessoas que estão incubando o “byrus” (ou “fuinhas de merda” que é muito mais legal).
Aliás, eu sempre considerei este o grande mérito do Stephen King: a forma como ele consegue contar histórias triviais e cativantes de seus personagens, até o ponto em que queremos ficar amigos deles, somente para, depois, detonar os personagens.
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Mas procurando pela capa do livro na internet para postar aqui, acabei descobrindo que já fizeram o filme DREAMCATCHER, que conta com Morgan Freeman e Jason Lee.
Parece que ele vai estrear (ou estreou) em 2003 nos Estados Unidos.
Com dor de cabeça, passando mal e puto da vida com o mundo.
E, como se isso não bastasse, sem idéia do que escrever.
Estou fazendo o que sempre faço quando isso acontece: abro uma página no Word e começo a escrever o que vem pela cabeça. De vez em quando, acreditem, até dá certo...
Gostaria de escrever algo bonito, algo legal, algo engraçado, algo algo, mas nada. Pateticamente, continuo insistindo em digitar, voltando o cursor inúmeras vezes para apagar meus erros. Pelo menos aqui, eu posso voltar o cursor para apagar meus erros. E o melhor: é como se eles nunca tivessem existido.
Procuro escrever algo brilhante. Se não brilhante, ao menos alguma coisa para alegrar o meu dia e, por consequência, alegrar o seu também. Ou não, afinal nem sempre o que me alegra pode vir a causar a felicidade de outra pessoa.
Voltem depois, ok? Deixem-me afogar em minha auto-piedade sem razão de ser.
Gostei do filme. Achei ele tenso, com algumas cenas bem legais. Realmente fiquei interessado com o desenrolar da história e achei o final bacana (tirando uma cena fraca que não irei mencionar aqui pra não estragar a “surpresa” pra quem não viu o filme).
No entanto, se você for avaliá-lo como um todo, o filme não faz muito sentido. Pra falar a verdade, tem diversos furos no roteiro e coisas (muito) mal explicadas.
Mas, como vocês bem sabem, eu não sou muito exigente e não ligo para coerência, então achei o filme legal pra cacete.
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Ainda sobre meu padrão de exigência:
Já li diversas críticas detonando a revista da Mulher Maravilha: Hiketeia.
A maioria diz exatamente o contrário de tudo que eu falei logo abaixo.
Então se você for comprar, compre com medo.
[Mas eu continuo afirmando que gostei da revista e insistindo que ela é boa]
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Hoje teve audiência em Nilópolis.
Maravilha.
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Ah, antes d’O Chamado, passou o novo trailer do filme do Demolidor. Confesso que dessa vez tive uma impressão melhor, mas continuo com o pé atrás.
Passou também o trailer do filme do Eminem: 8 Mile. Acho que eu devo ser a única pessoa do Brasil que realmente está com vontade de ver esse filme.
Dei 10 reais pra moça da loja e ela me voltou 2 reais de troco.
Agradeci e guardei a nota na minha carteira.
Não devolver troco errado é uma das minhas inúmeras falhas de caráter.
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Comprei a encadernação das histórias do Homem Animal pelo Grant Morrison. Eu já li e reli estas histórias desde a época da DC2000, mas não pude resistir a tê-las todas juntas e acessíveis (já que tenho muito medo de enfrentar o meu armário).
Neste volume (sim, ainda sairão mais encadernações), temos o Grant Morrison revivendo e reformulando tudo sobre o Homem Animal, numa de suas melhores abordagens junto a heróis uniformizados. Histórias clássicas como a do Fera Bwana, do Máscara Escarlate ou da bomba fractal de Thanaghar (com a participação do Gavião Negro), além de uma das mais impressionantes que já li: O Evangelho do Coiote.
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Para os iniciados:
O EVANGELHO DO COIOTE
“...é o Evangelho segundo Astuto.
Ninguém naqueles dias conseguia se lembrar de um tempo em que o Mundo estava livre de brigas.
Um tempo em que animal não se voltava contra animal, num ciclo infinito de violência e crueldade.
Com corpos que se regeneravam instantaneamente após cada ferimento, ninguém pensou em desafiar a fútil brutalidade da existência.
Até Astuto.
E foi assim que num dia como qualquer outro desde o primeiro dia, Astuto chorou e por fim disse, ‘Não mais’.
Então ele foi até o deserto.
E ascendeu.
E foi à presença de DEUS.
E DEUS falou com Astuto, e disse, ‘Você deve ser punido por esta rebelião contra meus desígnios. Entretanto, eu sou um DEUS bonzinho, e meu julgamento será abrandado pela misericórdia.’
Com muito medo, Astuto falou, e disse, ‘Eu tolerarei qualquer castigo que traga a paz ao Mundo.’
‘Então você deve passar a eternidade no inferno acima’, disse DEUS. ‘Enquanto você viver e tolerar o sofrimento do Mundo, eu criarei a paz entre os animais. Este é meu veredito.’
Então DEUS mandou Astuto do Céu para a Terra.
Para o inferno sombrio da Segunda Realidade.
E Astuto recebeu nova carne e novo corpo.
E conheceu nova dor.
Ainda assim, a cada terrível morte e ressurreição, Astuto sabia que através de seu tormento o Mundo era redimido.
Parecia não haver nada que pudesse realmente matá-lo, e enquanto ele vivesse, ainda havia a esperança de que algum dia ele pudesse retornar.
Poucos desenhos me impressionaram tanto como DON DRÁCULA.
Talvez muitos de vocês não lembrem, mas a Xuxa, antes da Globo, Marlene Mattos e Duendes, apresentava um programa infantil na extinta Rede Manchete. O programa era bem simples e se resumia à Xuxa sentada no meio de um monte de crianças e cercada por cubos com imagens dos desenhos animados que eram ali exibidos. E dentre esses desenhos, incluía-se Don Drácula.
Don Drácula era um vampiro que morava em seu palácio com sua filha Sangria e o ajudante corcunda Igor. No entanto, por mais que os desenhos se aproximassem da caricatura, muitos episódios possuíam um contexto nada apropriado para crianças.
Don Drácula, como qualquer bom vampiro, sobrevivia de sangue, tendo uma predileção especial pelo sangue de garotas bonitas. Infelizmente ou felizmente, Don Drácula, por ser desastrado, poucas vezes conseguia atingir seu intento, sobrando-lhe apenas a oferecida e horrível Blonda, uma gorda cujo sonho era servir de alimento ao vampiro.
Alguns episódios foram particularmente marcantes, como aquele em que a entrega de um filhote de tigre e urso panda vão parar na mansão do Don Drácula e termina com a morte de um dos filhotes por um caçador (talvez a primeira vez que eu tenha me emocionado com um desenho animado) ou então outro episódio em que o vampiro se defronta com uma entidade maligna e poderosa chamada Rancor, que no desenho é representada por um rato de olhos vermelhos.
[Aliás, no episódio do Rancor, Sangria fica só de calcinha e sutiã, imagem que povoou meus sonhos infantis por muito tempo]
Apesar de supostamente mau, Don Drácula era capaz de atitudes honradas e heróicas, chegando, inclusive a se sacrificar e morrer para salvar sua filha Sangria. Felizmente, Igor lhe era fiel o suficiente para juntar suas cinzas e restituí-lo à vida ou pós-vida ou o que for.
Chegou a sair uma fita em VHS contendo alguns episódios, que pode ser encontrada em algum canto obscuro de sua locadora (ou não).
Mas eu não consigo deixar de ficar feliz quando eu olho para o céu azul de verão do Rio de Janeiro.
Principalmente quando estou dentro de um táxi com ar condicionado.
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Ontem fui ver AS GANGUES DE NOVA YORK.
Vocês já devem saber do que se trata, não é mesmo? A velha história de vingança tendo por pano de fundo a favela de Five Points em New York e as inúmeras gangues que buscavam o seu controle.
Só que nas mãos do Scorsese, uma premissa básica como esta toma proporções drásticas.
Várias cenas grandiosas e lutas violentas e bem feitas. Daniel Day Lewis está espetacular na pele de por Bill “The Butcher” Cutting, o líder dos Nativistas e a Cameron Diaz, mesmo suja, continua bonita.
Interessante, também, como a maldade de alguns personagens sempre é temperada com algum gesto honrado ou justo, escapando, assim, dos clichês que os malvados são sempre malvados e os bonzinhos são sempre bonzinhos.
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Mas se você quiser um outro filme do Scorsese passado em New York, procure o DEPOIS DE HORAS (after hours).
O filme conta a história de um funcionário de uma empresa que resolve sair para se divertir depois do expediente. Só que dá tudo errado. E quando eu digo tudo, eu falo sério. Depois de um certo tempo, o filme deixa de ser engraçado e a gente começa a ficar com pena do Griffin Dunne (o ator principal), com as situações surreais que ele tem que enfrentar.
O filme torna a pior de nossas noites, por comparação, uma maravilha.
Ok, ontem deu TUDO errado e eu não consegui ver o filme.
Quem sabe semana que vem...
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Ainda sobre o assunto do post de ontem, se tem algo que sempre me incomodou foi o ato de “conquistar” alguém.
Costumava ter o hábito de ficar observando esse complexo ritual de conquista quando saía a noite. Era inevitável: sempre o cara tentando “chegar” na menina, inventando uma porrada de histórias, tentando parecer “cool”, com um olhar de “nossa como estou interessado no que você tem para me dizer”. Impressionante como um homem pode perder toda a dignidade para obter alguns momentos de contato íntimo.
Não importa se o cara chegou a seu objetivo e conseguiu dar uns amassos na menina. Isso não muda o fato de que em todos os momentos anteriores do ato ele foi ridículo.
E antes que vocês me acusem de tentar parecer superior, admito: Muitas vezes pratiquei este ritual e em todas as vezes atingi os limites do ridículo. Mas pelo menos em todas elas eu tinha ciência de que estava sendo ridículo (o que, sinceramente, não sei se é ou não vantagem).
Cria-se um teatro: A garota sabe que o cara só está falando com ela para atingir algum favor carnal e finge que aquilo é apenas um bate-papo casual de alguém que está tentando ser amigável. O cara, por sua vez, só quer o favor carnal, mas age como quisesse se tornar o melhor amigo da garota e nada mais.
A partir desta simples conversa, que por si só já é constrangedora, o homem pode descer cada vez mais baixo: como tentar beijar a garota e receber uma sutil (ou não) esquiva, perder a noite inteira inventando algo pra conversar sem que aconteça nada, silêncios constrangedores e por aí vai.
Se não me engano, no livro Admirável Mundo Novo, o sexo era apenas uma forma de recreação e não criava vínculos afetivos, além de não servir para procriação. Então, se o cara quisesse comer alguém, bastava ele chegar na mulher e marcar um final de semana para saírem. E, também, salvo engano, acho que a mulher tinha a mesma prerrogativa. Os dois sabiam o que ia acontecer e estava tudo bem para todo mundo.
Não que isso seja o ideal, já que o amor havia sido suprimido naquela sociedade fictícia. Mas se por um lado não é o ideal, por outro lado é extremamente mais prático. Evita as conversas inúteis, evita fingimentos, evita horas perdidas, resumindo, evita que as partes percam a dignidade.
Agora, como se não bastasse que só os homens se prestassem a esse papel, sou constrangido diversas vezes com comerciais de televisão em que as mulheres tentam conquistar o homem. Exemplos: O comercial de um produto para cabelos, onde o homem chega na mulher com a brilhante cantada “Nós não nos conhecemos?” que é replicada imediatamente e sem qualquer pudor pela mulher “Não, mas podemos nos conhecer.” Ou então no comercial da 51 Ice que uma amiga fala para a outra “Aquele homem tem que me conhecer” (ou algo assim) e sai toda oferecida com uma garrafa de 51 para ele.
Ora, apesar de ambos os sexos se prestarem a um papel ridículo no ritual da conquista (ou, relembrando Família Dinossauro: Dança do Acasalamento), o papel da mulher sempre foi o menos ridículo, afinal a ela cabia apenas instigar o homem para que se humilhasse cada vez mais, até um ponto considerado satisfatório.
Acabei de ler todo este post e descobri que não sei aonde eu quero chegar... Vai assim mesmo.
Se a raça humana, para procriar, dependesse da minha aptidão para conquista, hoje estaríamos beirando a extinção.
Da série CITAÇÕES LITERÁRIAS PARA QUANDO O RUBINHO ESTÁ SEM TEMPO DE ESCREVER
(...)
“Com aquela cara de homem fingindo estar interessado no papo de uma mulher apenas porque está com vontade de comê-la, com aquela cara de mulher costurando e bordando pensamentos apenas porque está a fim de ser comida por ele, cheguei, caprichei, relaxei, lembrei tudo que tinha aprendido em Kant e Hegel, repassei toda a teoria dos quanta, a morfologia dos contos de magia de Propp, o vôo do 14-bis, cheguei e não perdoei:
- Tem fogo?”
(Agora é que são elas, Paulo Leminski)
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Se tudo der certo, hoje eu vou assistir ao filme “O Chamado”.
Vocês provavelmente conhecem o Billy Bob Thornton. O cara é ator e já trabalhou em alguns filmes muito bons como, por exemplo, O Homem que não estava lá (aliás, sempre achei que o Thornton é uma versão moderna do Humphrey Bogart: feio pra cacete, mas compensa no estilo).
Ou então, talvez você o conheça pelo seu trabalho mais notório: marido da Angelina Jolie (ou ex-marido, sei lá...).
No entanto, você o conhece como cantor?
[É claro que sim, quando lançaram o cd dele saiu resenha num monte de lugar]
Inclusive, Billy Bob começou sua carreira artística como baterista e cantor numa banda chamada Tres Hombres.
Pois é, escutei o cd PRIVATE RADIO do Billy Bob Thornton e me surpreendi. Alternando entre canções “faladas” estilo Nick Cave e canções com levada country estilo Johnny Cash, o disco é bom pra cacete, podendo-se ainda citar como influências do homem Tom Waits e Tom Petty (É claro que Thornton não chega a superar nenhum dos nomes aqui citados...).
Como destaques do disco dá pra mencionar a bonita balada “Angelina” e a quase rockabilly “Smoking in bed”.
Que as bancas brasileiras estão sendo alvo de uma avalanche de quadrinhos eu já disse por aqui. Alguns são muitos bons, outros nem tanto. Mas o que me chamou a atenção esses dias foi uma edição especial sobre a Mulher Maravilha chamada Hiketeia.
Talvez porque a Mulher Maravilha não seja uma personagem que tenha histórias memoráveis, essa revista faz jus a todo o potencial ignorado da guerreira amazona, trazendo elementos mitológicos e, pra não ter erro, a participação do Batman.
Hiketeia é um ritual em que uma pessoa se submete à proteção de outra. Se o ritual for realizado com todas as formalidades necessárias o Suplicado é obrigado a aceitar a súplica da pessoa necessitada e deve fazer de tudo para protegê-la, sob pena de ser destroçada pelas Fúrias. Em troca, o Suplicante se torna um servo de quem lhe protege.
Uma garota realiza o ritual da Hiketeia perante à Mulher Maravilha. Só há um problema: essa garota está sendo perseguida pelo Batman por assassinatos cometidos em Gotham City.
Tanto a arte quanto o roteiro estão excelentes e a premissa da história é muito bem desenvolvida.
É que eu tive uma maravilhosa audiência em Realengo que me tomou o dia inteiro.
Aliás, hoje eu tive outra maravilhosa audiência em Volta Redonda, que também acabou com meu dia de trabalho (estou postando de casa...)
Mas tudo bem... Percebi que vocês andaram se divertindo nos comentários abaixos.
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Chegou o DVD aqui em Barra Mansa e é de um modelo bem inferior ao que eu comprei lá pro Rio. Adivinhem só?
Neste aqui o DVD do Senhor dos Anéis passa sem problema algum.
E no embalo eu revi O SENTIDO DA VIDA do Monthy Python. MP não tem erro! Muito engraçado, desde as sequências de animação às musiquinhas. Como esquecer do refrão TODO ESPERMA É SAGRADO quando passa o esquete do sentido da vida no terceiro mundo (O mais legal são as criancinhas cantando a música).
Vi também o Resident Evil. Nunca joguei o videogame, mas achei o filme bacana e superou minhas expectativas. Afinal, filmes de Zumbis são sempre legais.
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Escutando agora: Sum 41 tocando "How you remind me"
Você deveria escutar agora: Die Toten Hossen tocando "Steh auf, wenn Du am Boden bist"
