Há muito tempo séries e sitcoms abordam a vida e o ponto de vista das mulheres, o que parece estar em moda hoje em dia. Confesso que até gosto de algumas dessas séries, podendo citar como exemplo a subestimada Gilmore Girls. Ally McBeal era bem bacana também. Felicity eu achava deplorável e tinha verdadeira raiva das besteiras que ela fazia. Já Sex and the City eu nunca tive oportunidade de assistir.
Mas sem nenhum preconceito (ou melhor, talvez com algum preconceito), eu sempre preferi as séries que tinham um homem como protagonista. Desde criança, com exceção d’As Panteras, a grande maioria das séries “masculinas” era melhor. Tomem como exemplo o seriado do Hulk, McGyver, Magnum, Superherói Americano e por aí vai.
[Momento curiosidade: Alguém por aí lembra do Manimal? Um cara que tinha o poder de se transformar em qualquer animal, mas sempre se transformava numa pantera ou num gavião. E as cenas das transformações eram sempre as mesmas...]
Mas quando se tratam de sitcoms, eu sempre achei imbatíveis as protagonizadas por homens, principalmente as mais machistas. Exemplo clássico: UM AMOR DE FAMÍLIA. Al Bundy é, certamente, um dos maiores machistas de todos os tempos. E apesar de ser uma figura por vezes revoltante, é impossível não ter empatia com o personagem. Notem que as mulheres nesta série são colocadas como a mais baixa forma de vida. Todos os problemas do Al decorrem diretamente de sua mulher Peg, uma casca que só não é vazia, pois é prenchida com toda futilidade do mundo. A filha do casal não fica atrás também, sendo uma das criaturas mais estúpidas da face da terra.
No entanto, há uma série que eu sempre achei que não alcançou o reconhecimento devido:
NED & STACEY
Ned é um promissor profissional de propaganda que precisa se casar com uma mulher que odeia para conseguir sucesso em sua carreira. Sim, eu sei que a premissa não é lá grandes coisas, mas o modo como a série desenvolvia os personagens fazia a diferença.
Ned, apesar de (muito) machista, não se enquadrava nos padrões tradicionais de “homem”. Sempre alinhado, educado, inteligente, com um humor mordaz e sarcástico e uma séria mania de arrumação. Apesar de ser interpretado por um ator feio, com sua lábia e uma certa dose de charme, conseguia conquistar todas as mulheres que queria. Já Stacey é bonita, cabeça vazia (mas nem tanto) e está sempre lá para atrapalhar nosso herói (ou, às vezes, para ajudá-lo).
Algumas das melhores tiradas da série envolvem o cunhado fracassado de Ned, sendo que, em muitos episódios, é sugerido que há uma ligação quase homossexual entre os dois.
Engraçado é como no decorrer do programa, os produtores foram perdendo a inibição, principalmente na parte dos créditos finais. Já terminado o episódio, a história continuava por alguns segundos e geralmente o desfecho era o mais esdrúxulo possível, como o cunhado de Ned sendo empalado por um chifre de alce ou com a explosão do carro em que os dois estavam.
A série terminou já faz tempo e maioria dos atores foram reaproveitados em outros programas, como Will and Grace e Ally McBeal. Acho que só o Ned que não conseguiu nada...
E não é que já está passando REGRAS DA ATRAÇÃO no cinema?
Infelizmente, aqui no Rio, ele está passando em apenas 3 cinemas, todos MUITO longe da minha casa...
O filme, já comentado por aqui há muito tempo, é baseado no livro do Bret Easton Ellis: Os Jogos da Atração.
A crítica tem falado mal dizendo, que o diretor “leva nada a lugar algum” e que a história se passa no campus de uma faculdade onde todos fazem de tudo, menos estudar. “Transam, bebem, tomam drogas e organizam festas.”
Hoje eu comprei esse livro aqui por módicos 15 reais:
LORDS OF CHAOS – THE BLOODY RISE OF THE SATANIC METAL UNDERGROUND
Segundo a descrição na capa do livro (toscamente traduzida):
“Um pouco antes da virada do milênio, aproximadamente 100 igrejas foram incendiadas por adeptos do Black Metal, a mais extrema forma de música underground do planeta.
Numa crescente guerra profana, bandas de Black Metal e seus fãs obcecados deixaram um legado sombrio de suicício, assassinato e terrorismo, se espalhando na Alemanha, Rússia, América e além.
Escrito por dois jornalistas com acesso único a este submundo infernal, LORDS OF CHAOS apresenta centenas de fotos raras e entrevistas exclusivas com padres, policiais, Satanistas e líderes de bandas demoníacas que acreditam que quanto maior o mal disseminado maior a glória.”
De fato, o livro é cheio de fotos bacanas de cabeludos com o rosto pintado e fazendo cara de mau. Entrevistas e depoimentos de gente ligada às bandas e das próprias bandas, que, inclusive, chegaram a assassinar o seu amigo ou um estranho.
Diversão garantida.
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Dentre os livros da editora FERAL HOUSE , estão LEXICON DEVIL (contando a história de Derby Crash do The Germs), AMERICAN HARDCORE (falando sobre o hardcore dos anos 80), BUBBLEGUM MUSIC IS THE NAKED TRUTH, além de outros sobre crimes e sexo.
Como vocês já estão cansados de me ouvir dizer, não sou daqueles que têm uma agenda lotada de telefones de amigos. Provavelmente, minha personalidade não deve me ajudar muito. Tímido desde criança, mais desconfiado do que gostaria de ser, muitas vezes velho demais, muitas vezes criança demais.
E como vocês bem sabem, dou um especial valor aos amigos que tenho. A ponto de poder dizer que quase todos meus amigos são meus melhores amigos.
Talvez por isso eu sempre aprenda algo com eles. Muitas vezes através de palavras ou atos “pequenos”, que, quando se para pra pensar, não têm nada de pequenos.
Chega a ser irônico, mas a primeira vez que eu percebi que poderia extrair lições do cotidiano e com amigos, foi justamente com um... amigo. Não sei como chegamos neste tópico, mas o Rodrigo me perguntou se eu já havia parado para pensar no significado do desenho do papa-léguas e o coiote. “Que significado?”, me perguntei... Eu só prestava atenção no coiote se esborrachando (aliás, eu me divertia muito com o coiote se esborrachando).
Então, em poucas palavras, ele me revelou sua interpretação do desenho. É claro que o Rodrigo é muito mais eloquente que eu, mas vamos lá: o Coiote sempre pÔde comprar os mais maravilhosos produtos da ACME. Patins com foguete, os mais diversos tipos de dinamite, roupas voadoras... Ou seja, o coiote literalmente tinha TUDO que queria.
Este é o 3º cd da série American Recordings. Para quem não sabe, Johnny Cash fazia um enorme sucesso na década de 50 e 60, emplacando uma pancada de hits com músicas que passavam por Rockabilly, Country, Rock’n’Roll, com temáticas ligadas desde ao amor até crimes, passando até por alguns momentos gospel.
Apesar de nunca ter parado de compor, no final dos anos 80 ele encontrava-se meio esquecido pela grande mídia (e olha que ele já teve até um programa de TV nos Estados Unidos...).
Isso até assinar um contrato com a gravadora American (antiga Def American) e receber uma mão de Rick Rubin na produção.
Rick Rubin deu uma roupagem mais folk à voz de Cash e lançou o espetacular 1º volume da série. Johnny Cash e violão, com sua voz grave, gravou uma coleção de canções sombrias, já iniciando com Delia’s Gone, uma música sobre assassinato (essa música ganhou um clip que chegou a ser comentado por Beavis e Butthead, muito bolados de como Cash era mau). No track list uma apropriada cover de Tom Waits (Down by the Train) e uma inusitada cover de Danzig (Thirteen).
Parecia que Rubin havia achado o caminho de levar Cash a toda uma geração que jamais o havia escutado, justamente através do apelo rock do disco, apesar, repita-se, das músicas serem acompanhadas apenas por violão.
No 2º volume da série: Unchained, uma banda passa a acompanhar Cash. E a banda é nada menos que Tom Petty & the Heartbreakers. O disco segue a fórmula do anterior, com uma versão bem mais rock para uma antiga música de Cash (Country Boy), além de uma música de Beck (Rowboat) e uma cover para Rusty Cage do Soundgarden.
Finalmente, chegamos ao 3º volume intitulado Solitary Man, voltando a dar maior destaque a voz de Cash. Pelo título, você pode imaginar o clima do disco, que já abre com uma excelente cover de I Won’t Back Down do Tom Petty. Depois, uma sucessão de músicas de deixar boquiaberto, destacando-se a maravilhosa cover de One do U2 e a mais que apropriada The Mercy Seat do Nick Cave.
Antes de falecer, Cash ainda chegou a lançar o 4º disco da série: The Man Comes Around, já mencionado no passado deste blog. Sem querer me estender mais, lembro que nesse disco há uma bela interpretação para Bridge Over Troubled Water, além da espetacular cover de Hurt do Nine Inch Nails.
Confesso que, a princípio, não havia me interessado nem um pouco pelo filme. Um trailer sem apelo e um cartaz sem apelo. Até que eu descobri se tratar de mais um filme dos irmãos Coen.
Ao saber isso, mudei de idéia rapidamente e coloquei ele no topo da minha lista de “quero ver”.
Os irmãos Coen pisaram um pouco no freio neste filme e fizeram algo mais no padrão Hollywood. Mas nem tanto... Afinal, trata-se de uma “comédia romântica” em que os personagens são cínicos até não poderem mais e completamente movidos por dinheiro.
A história: George Clooney é um advogado especializado em divórcios, principalmente em arrasar a parte contrária, até que não lhe sobre mais nenhum dinheiro. Catherine Zeta-Jones (MUITO bonita) é uma esposa traída que não consegue absolutamente nada do marido, em razão dele estar sendo defendido pelo Clooney. Ocorre que há uma forte atração entre os dois.
Motivo pra você ver: uma comédia romântica dos irmãos Coen.
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Peço para que, caso alguns dos leitores vejam o filme, reparem na cena em que o Billy Bob Thorton aparece na tv.
Não é o Bruce Campbell que está junto com ele?
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Fui ver também AOS TREZE.
Achei o filme legal, mas nada para terem enchido a bola dele como encheram.
Talvez pelo filme ser todo sobre a ótica feminina e enfocar uma menina de 13 anos na adolêscencia, não tenha tido tanto apelo comigo. Prefiro o Kevin Arnold.
Na verdade, enquanto via o filme não conseguia deixar de lembrar de Kids.
Só que aqui, junto com sexo e drogas, também tem consumismo.
Acho que eu estou só sendo chato. O filme é bacana e eu me diverti.
Garth Ennis atingiu novos níveis de escrotidão na revista THE PRO.
Se você achava que ele já pegava pesado em suas histórias do Justiceiro e do Preacher, fique avisado que em The Pro é tudo muito pior.
Uma prostituta, após não receber o pagamento devido por uma felação, ganha poderes de um ser cósmico chamado Inspetor (“leve” semelhança com o Vigia da Marvel). Logo em seguida, ela é convocada pela Liga da Honra (“leve” semelhança com a Liga da Justiça) para se juntar às suas fileiras. A Liga da Honra é formada por Santo, Cavaleiro, Escudeiro, Veloz... (acho que já deu pra vocês entenderem)
Por óbvio, as coisas começam a ficar complicadas quando a nova heroína não se enquadra nos padrões tradicionais da Liga da Honra.
Coisas que apenas passavam pela imaginação de leitores de quadrinhos, como o Superman ejaculando ou o Flash se masturbando, são tratadas na revista (porque nerd que é nerd sempre se indaga sobre a vida sexual dos personagens).
Como isso ainda não foi lançado no Brasil, eu ia colocar um link para o Rapadura Açucarada ou Immateria , sites de scans de HQ, para vocês baixarem a revista.
Como eu tenho andado meio atolado no trabalho, fazia um certo tempo que eu não visitava os referidos sites. Qual foi a minha surpresa ao descobrir que, por pressões das editoras, ele foram obrigados a retirar os scans da rede... Uma pena, já que lá você podia encontrar revistas que não foram publicadas no Brasil (e algumas jamais serão), todas traduzidas, além de algumas revistas antigas clássicas como Jonah Hex e Sargento Rock. Um trabalho digno e desinteressado de legítimos fãs de quadrinhos, que deu oportunidade a muita gente de ler coisas que de outra forma não conseguiriam.
[E o pior é que eu ainda nem tinha baixado a 3ª parte da revista...]
Os mendigos aqui do Rio descobriram um jeito desconcertante de pedir esmolas.
E finalmente quando já havia me acostumado com as maneiras convencionais... Por exemplo: o mendigo chorador. Acho que já contei isso antes. Um senhor baixo, careca, chega com a mão em forma de concha, com a expressão mais desesperada e dolorosa do mundo, pedindo um dinheiro porque está com fome.
Confesso que na primeira vez que fui abordado por esse senhor no centro do Rio fiquei comovido. Até na semana seguinte encontrá-lo exatamente do mesmo jeito, com a mesma expressão calculada, repetindo que estava com fome. E na semana seguinte também. Resumindo: no mínimo uma vez por semana eu vejo o mendigo chorador.
Particularmente, eu prefiro os mendigos silenciosos. Além de não incomodarem ninguém, uma aura de mistério os envolve, sem contar que você nunca sabe se eles são mudos ou não. Na rua onde eu moro, costumava habitar um desses mendigos. Um oriental com cabelos compridos (até bem tratados para sua condição) e olhar sereno. Ele sempre circulava calmamente por ali, com os pés descalços, e jamais pedia dinheiro a alguém.
Certa vez, minha namorada penalizada pelo fato do mendigo sequer ter uma havaianas para calçar, pegou um tênis surrado meu e resolveu entregá-lo ao mendigo. Ele pegou o calçado, sorriu discretamente e, mantendo seu olhar sereno, não disse absolutamente nada. Despedimo-nos e fomos para casa. No dia seguinte, ele continuava descalço.
Outro exemplo é o mendigo morbidamente obeso que fica sentado na rua onde trabalho. Menos nobre que o mendigo oriental, geralmente ele está num estado lástimavel de sujeira, com um barbante servindo como cinto para suas calças. Apesar de jamais tê-lo visto abrindo a boca para esmolar, por diversas vezes já o observei desfrutando de uma quentinha ou então fumando um cigarro tranquilamente no contínuo fluxo de pessoas bem sucedidas.
Voltando ao primeiro tópico, nos dois dias passados, fui abordado por mendigos diferentes. Você está andando na rua, eles emparelham com você, chamam a sua atenção e repentinamente param esperando que você pare junto com eles. E se você não parar, eles te olham com uma expressão perplexa, como se fosse sua obrigação não só dar um trocado, como parar para ouvir o que eles tem a dizer.
Na maioria das vezes, quando um mendigo vem pedir esmola, me limito a dar um simples “não” como resposta. Vocês podem achar que eu sou mal educado, mas eu me recuso a ofender a inteligência do mendigo com mentiras como: “Estou sem dinheiro” ou “estou sem trocado”.
Só que os mendigos paradores não pedem a esmola antes que você pare. Então, eu sequer posso negar a esmola que eu tenho certeza que será pedida, mas ainda não foi. E se você deixar o mendigo parado e continuar andando, fica uma sensação de que você está sendo a pior pessoa do mundo.
O Nandão já havia me dito que tinha baixado o filme há algum tempo, então, finalmente, combinamos de vê-lo.
Começamos a ver e o filme realmente estava muito bom. Comédia imbecil, em que os protagonistas são policiais rodoviários que usam bigodes, ray-ban e gostam de sacanear os outros.
Infelizmente os comentários param por aqui, pois o Nandão tem um computador de um milhão de dólares em casa, mas compra uma mídia de 20 centavos para gravar os filmes que baixa! No meio do filme, o computador não conseguia mais ler o cd e tivemos que interromper a sessão.
Hoje vai ser rápido. Uma audiência em Niterói e um problema no forum me tomaram quase o dia inteiro.
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Agora temos mais um Thiago morando no nosso apartamento.
Então, fazendo as contas, são 3 pares de irmãos, dividindo um apartamento de 2 quartos, sem contar a dependência de empregada.
O que se esperar de 6 belos jovens, cheios de energia e testosterona? Orgias? Festas? Bebedeiras? Vandalismo? Homossexualismo? Drogas?
Nada disso. Ontem (quase) todos nos reunimos para assistir Um Lugar Chamado Notting Hill na Tela Quente.
Confesso que, apesar de ser um grande fã do Hugh Grant, ainda não tinha visto o filme. Talvez a Julia Roberts, que considero uma das atrizes mais sem carisma da atualidade, tenha me desestimulado. No entanto, ontem corrigi esse erro e me diverti a valer.
Era início dos anos 90 e ICE-T encontrava-se num dos melhores momentos de sua carreira. Seus discos solos tinham uma certa repercussão, assim como sua nascente carreira de ator. Lembro-me que naquela época algum dos grupos que eu mais gostava de ouvir eram de rap, como Cypress Hill, House of Pain, Beastie Boys, Public Enemy e o próprio Ice-T.
Até hoje não sei direito quando foi meu primeiro contato com o Body Count. São 3 opções, que, provavemente, ocorreram muito próximas uma da outra: 1 – um cd importado do meu primo, quando só quem tinha um certo poder aquisitivo possuia cd player no Brasil; 2 – com meus amigos; 3 – nos créditos finais de um filme, que, se não me engano, é Soldado Universal.
A questão é que Ice-T juntou (ou deixou de lado, como preferirem) o rap e fez um senhor disco de metal/hardcore, que na época alguns chamaram de speed metal.
A vinheta do começo com Ice-T fuzilando um policial, para, em seguida, entrar a música Body Count in the House é simplesmente irretocável. Ali Ice-T e banda já mostram para que vieram, com uma música poderosa, praticamente sem letra e com um riff pesado de doer.
Cheio de vinhetinhas entre as músicas, o disco prossegue violento (sem deixar de ser engraçado, por vezes), em músicas como KKK Bitch, Evil Dick, a clássica There Goes the Neighborhood, Voodoo, entre outras. O disco tem até uma balada (the winner loses) falando sobre drogas.
Um disco perfeito, que foi a trilha sonora de bons momentos da minha vida.
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Inclusive, tive a oportunidade de assistir ao show do Body Count quando eles vieram ao Brasil, e tocaram na extinta casa de show Imperator, no Rio de Janeiro.
Não tinha companhia, mas gostava tanto da banda que fui sozinho ao show, mesmo morando em Niterói e o Imperator se localizando no Méier.
O show foi espetacular e Ice-T, que até então eu achava que seria o cara mais marrento do mundo, se mostrou um carismático e simpático frontman.
Hoje, ele me mandou a notícia que estão preparando um disco com toda a trilha sonora de Rocky Horror Picture Show, tocada por bandas punk. Aí vai o track list:
1 . Science Fiction/Double Feature - Me First And The Gimmie Gimmies
2 . Dammit, Janet - One Man Army
3 . Over at the Frankinstein Place - Alkaline Trio
4 . The Time Warp - Groovie Ghoulies
5 . Sweet Transvestite - Apocalypse Hoboken
6 . The Sword Of Damocles - The Independents
7 . I Can Make You A Man - Pansy Division
8 . Hot Patootie (Bless My Soul) - The Phenomenauts
9 . I Can Make You A Man (Reprise) - The Secretions
10 . Once In A While - Big D And The Kids Table
11 . Touch-A, Touch-A, Touch Me - The Chubbies
12 . Eddie - Swingin Utters
13 . Planet, Schmanet, Janet - Tsunami Bomb
14 . Rose Tint My World/Floor Show - TBA
15 . Fanfair/Don't Dream It - TBA
16 . Wild And Untamed Thing - Gametime
17 . I'm Going Home - The Migranes
18 . Super Heroes - Ruths Hat
19 . Science Fiction Double Feature (Reprise) - The Ataris
A cover do Me first eu já conheço e é muito boa. Estou ansioso pelas versões do Apocalypse Hoboken, Groovie Ghoulies, Swingin Utters e Pansy Division (com a apropriada I Can Make You a Man).
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Falando em rock, vocês devem se lembrar do post do Pegboy de alguns dias atrás, em que eu falei que ele surgiu das cinzas do Naked Raygun.
Pois é, finalmente eu tomei vergonha na cara e consegui um disco do Naked Raygun, chamado Jettison. Apesar de ter gravado inúmeros cds no fim de semana e adquirido tantos outros no meio dela, não consegui parar de escutar só esse cd.
Como disse, não conheço a banda ainda, mas esse cd em particular eu achei espetacular. Ele tem algo de Pegboy, algo de hardcore dos anos 80, algo de Husker Du. Por vezes soa melódico, por vezes mais agressivo. As músicas “Soldiers Requiem” e “Walk in Cold” me deixaram boquiaberto.
No entanto, quando ainda estava na escola, resolvi que iria treinar handball. Na época, o meu colégio mantinha um time e os treinos estavam abertos a todos os alunos.
Pensando bem, a minha decisão foi muito menos no sentido de praticar algum esporte do que tentar me socializar. Alguns colegas já praticavam e eu me perguntei: “Porque não?”
Confesso que não aguentei muito tempo de treinamento. E no pouco tempo em que fiquei treinando, fui uma verdadeira lástima. Se bem me lembro, apenas participei de duas competições: na primeira eu fiquei no banco. Na segunda, quando nosso time já estava ganhando com ampla vantagem, acho que o treinador ficou com pena de mim e resolveu me colocar para jogar. Não sei se vocês sabem, mas quando entra um jogador em substituição a outro no handball, ele tem que entrar pelo meio da linha lateral e seguir em linha reta na direção do centro da quadra.
Pois é... Eu sabia. Mas mesmo assim entrei correndo na diagonal e tomei alguns minutos de suspensão. O jogo acabou e eu não joguei.
Mas desse tempo, eu tenho uma lembrança boa.
No time, havia um rapaz que tinha um problema em uma das pernas. Se não me engano, uma era menor que a outra ou algo assim. Então, por causa desse problema, ele andava e corria todo torto e cambaleante. Era conhecido por todos como “Mariposa”. Até hoje não sei seu nome verdadeiro.
Antes do jogo começar, já era uma tradição do time se reunir em círculo para rezar, trocar palavras de incentivo, essas coisas de filme americano. Num desses círculos, há 12 ou 13 anos atrás, Mariposa disse que tinha algo muito importante que queria compartilhar com todos. Fez-se um silêncio ansioso. Ele nos revelou, emocionado, que já existia um tratamento para seu problema e, em breve, ele seria operado. Em breve, ele poderia andar ou jogar como nós.
Foi um momento bonito. Todos o abraçaram e até hoje eu lembro, nitidamente, o sorriso de alegria de alguns dos meus companheiros de time.
Voltando do trabalho ontem, passados 12 ou 13 anos, não me perguntem como, eu vi o Mariposa andando pelas ruas do Rio de Janeiro.
Ele estava andando exatamente do mesmo jeito que andava há 12 ou 13 anos.
Pra quem gosta de quadrinhos, a notícia não podia ser melhor:
Vão relançar (ou já relançaram) a revista SKREEMER, em versão encadernada:
A série é de 1989 e se passa no futuro da América, dominada por gangues mafiosas. A revista mostra a ascenção de Vito Skreemer (um mero assassino de uma gangue) ao poder e sua luta para que as coisas não mudem.
Escrita por Peter Milligan, antes que ele virasse um dos astros da Marvel escrevendo X-Force, e antes mesmo das excelentes Shade e Enigma da Vertigo.
Um dos desenhistas é Steve Dillon, antes que ele virasse um dos astros da Marvel desenhando o Justiceiro, e antes mesmo das excelentes Preacher e Hellblazer da Vertigo.
Eu li essa série há muito tempo e confesso que fiquei impressionado. A história ainda traz diversas referências literárias, como James Joyce e George Orwell.
Vai ser mais fácil comprar a edição encadernada do que achá-la no meu armário.
Fui dormir cedo todos os dias, tentando recuperar o sono atrasado da semana. Até que deu certo.
Fora isso, consegui gravar 13 cds baixados no Soulseek, que eu nunca terei tempo de escutar.
Mas um deles eu fiz questão de escutar na hora.
No Lunch da extinta banda D GENERATION. Imaginem uma mistura de Social Distortion, New York Dolls e Guns’n’Roses. A banda de Jesse Malin, hoje em carreira solo, segue esse caminho. Esse disco foi produzido pelo Ric Ocazek (The Cars) e tem, ao mesmo tempo, músicas com levada hard rock e outras mais pelo lado punk. Destaque para as músicas Capital Offender, Major e Too Loose.
Apesar desse ser o disco aclamado da banda, devo confessar que guardo uma predileção especial pelo seu terceiro disco “Through the Darkness”. Talvez pelo cd abrir com uma das melhores músicas que já escutei na vida: “Helpless”.
Sentado defronte ao computador, com uma pilha de trabalho ameaçando despencar sobre mim. Há muito tempo o excesso de trabalho deixou de me impressionar. É só ele ficar lá no canto dele, que eu fico no meu. A gente se respeita.
Inicio, inconscientemente, uma “operação tartaruga”. Coisas que faria em 10 minutos demoram uma hora. Busco informações inúteis na internet. O dia se torna mais preguiçoso e demorado. A pilha de papéis sorri pra mim e acena em concordância. Estamos nos entendendo...
Toda sexta-feira feira é assim. O cansaço de 4 dias de trabalho incide sobre o 5º, deixando-o parcialmente inútil.
Lembro de quando era adolescente... Isso é algo que eu deveria parar de fazer: lembrar de quando eu era adolescente.
Naquela época, a sexta-feira era o prenúncio de mais um novo e maravilhoso final de semana. No colégio, as aulas terminavam 11:30, então, a partir daí, começava o meu tempo livre. Só meu. Um fim de semana de quase 3 dias.
Então passei para uma universidade. E, sorte minha não ser tão aplicado, para o 2º semestre! 6 meses que se tornaram um enorme fim de semana e certamente um dos melhores períodos da minha vida. As amizades que irão me acompanhar por toda a vida. Tardes infindáveis na minha memória de conversas com amigos, lanches de pão com manteiga e nescau com todos reunidos à mesa, música, diversão, encontros na porta do Banerj, clips do Pantera e Beavis e Butthead de uma fita gravada da MTV.
Começaram as aulas e me mudei para o Rio de Janeiro. De alguma forma mágica, que só o ensino público é capaz, minha grade horária englobava apenas 2ª a 5ª feira. As sextas-feiras se tornaram espetaculares. Depois da semana estudando (?), a ansiedade por ela era enorme. Um dia de verdadeira felicidade, em que era motivo de prazer tanto sair à noite, como ficar comendo pipoca na casa de um amigo.
As sextas-feiras, hoje, se tornaram apenas mais um dia de trabalho.
Na 3ª feira, graças ao supercomputador do Nandão, consegui assistir HOUSE OF 1000 CORPSES do Rob Zombie.
O filme é bacana e parece um dos clips de Rob Zombie. Está tudo lá: ora sombrio, ora com “cores de neon”, edição rápida, inserção de imagens e trechos de outros filmes, uma mulher gostosa com chapéu de cowboy, rock, aberrações e por aí vai.
A história lembra (muito) o Massacre da Serra Elétrica. Grupo de jovens acaba caindo nas garras de família desajustada.
Apesar de ter gostado do filme, achei que o Rob Zombie poderia ter ido mais longe. Esperava algo bem mais violento e “gore”, o que, infelizmente, não é o caso.
Acredito que isso será corrigido na continuação do filme, prevista para 2004.
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E ontem eu consegui assistir mais um filme da Mostra Rio: AMERICAN SPLENDOR
O filme é espetacular e se você for amante de quadrinhos, principalmente underground, vai gostar mais ainda.
American Splendor é, na verdade, o nome de uma revista em quadrinhos escrita por Harvey Pekar.
Nesta revista, Pekar, literalmente, conta a história de seu dia-a-dia. Já o filme conta a história de Pekar.
Harvey Pekar é um amante de jazz e colecionador compulsivo-obsessivo, preso num emprego medíocre de arquivista e levando uma vida também medíocre. Até que, influenciado por seu amigo Robert Crumb, resolve começar a escrever quadrinhos.
Crumb gosta de seus rascunhos e começa a ilustrar suas histórias, que passam a ser publicadas. A partir daí, Pekar continua levando sua vida medíocre de arquivista, cujos acontecimentos são narrados na revista que dá nome ao filme.
Pekar é interpretado por Paul Giamatti, que também trabalhou no Mundo de Andy. Engraçado que o filme tem uma atmosfera do próprio O Mundo de Andy, misturada com o filme-documentário Crumb.
O próprio Pekar aparece no filme e algumas cenas são originais, como as entrevistas dele no David Letterman. Além de Pekar, outras pessoas reais, que também são personagens, aparecem, dando um ar de documentário ao filme.