Nesta semana, terminei de ler A VOZ DO FOGO, de Alan Moore:
Trata-se de um livro de contos, escrito pelo autor de Watchmen.
O livro é muito bom, se você conseguir superar o primeiro desafio imposto por Moore: o 1º conto se passa no período neolítico e o personagem principal é um nômade que é expulso de sua tribo por ser meio retardado. O desafio? O conto é escrito como se fosse os pensamentos do cara. É difícil de se acostumar com a forma de escrita adotada.
Depois os contos vão avançando no tempo, em diversos períodos da história de Northampton até chegar no presente. É engraçado notar que alguns elementos em comum vão interligando todos os contos, muitos deles perturbadores. O livro parece ter demandado de Moore também um enorme trabalho de pesquisa, assim como ocorreu na graphic novel Do Inferno.
A comparação inevitável: Em termos de livro, quem escreve melhor? Neil Gaiman (Deuses Americanos) ou Alan Moore?
Bem... Os estilos dos dois são bastante diferentes. Moore é mais sério e adulto, o que, a uma primeira vista, pode causar a impressão de que se trata de uma literatura “difícil”. No entanto, depois que você está envolvido com a obra o difícil é parar de ler.
Já Neil Gaiman, mesmo tratando de temas sombrios, adota um tom mais leve, o que torna a leitura mais fácil e, porque não dizer, mais pop.
Nos últimos dias, sempre que sobra um tempo, eu escuto esse disco aqui:
RYAN ADAMS – rock n roll
Comecei a escutar o Ryan Adams a pouco tempo, desde o disco Demolition de 2002. A partir de então, os sebos vêm colaborando comigo e eu já adquiri toda a discografia do rapaz. Qual é o estilo dele? Já foi classificado de alt-country, folk, rock, indie e por aí vai. Mas o que interessa mesmo é que as músicas são muito bacanas.
A maior parte do repertório de Adams é composto de baladas, o que fez o disco rock n roll destoar um pouco do restante de sua obra, pois, como o nome indica, ele tem uma levada mais rock.
E além de ser mais rock, é cheio de referências ao mundo do rock, desde o nome das músicas (This is it, 1974, she’s lost total control, entre outras) como na própria sonoridade do disco.
E hoje eu estou com a música Burning Photographs o dia inteiro na cabeça. Melhor que tem.
Curiosidade 1: Jesse Malin, ex-vocalista do D Generation é creditado no cd como “spiritual advisor”.
Curiosidade 2: Billie Joe Armstrong faz um discreto background vocal na música Do Miss America.
Curiosidade 3 não relativa ao disco: No EP Love is Hell pt.1 tem uma cover bacana para Wonderwall do Oasis.
Semana passada estava em dúvida sobre qual filme assistir no feriado: Um Tiro no Escuro ou Elefante.
Acabei escolhendo Um Tiro no Escuro, pois, apesar de já ter visto há muito tempo, estava passando perto de casa e eu já sabia que era bacana. A decisão mostrou-se muito acertada. Foi muito legal rever as aventuras do atrapalhado Inspetor Clouseau, vivido pelo sensacional Peter Sellers. Quase a mesma coisa que um episódio do Chapolin, mas o filme consegue ser ainda muito melhor. Pra rir do início ao fim.
E ontem fui ver o Elefante. Não sei se foi a dor de cabeça ou o mau humor após um dia perdido numa audiência em São João do Meriti, mas eu achei o filme muito fraco. Vocês me conhecem, para eu não gostar de algum filme, ele tem que ser muito caído... O fato é que eu não gostei. Olha que eu fui com a maior boa vontade do mundo e já estava a fim de vê-lo desde a Mostra Rio.
O filme é arrastado e os personagens são tratados de forma rasa. Talvez o diretor quisesse fazer algo como Faça a Coisa Certa do Spike Lee ou Sob o Domínio do Medo, em que a tensão vai aumentando no decorrer do filme até o explosivo final. O problema é que ele não consegue. A única tensão que ele conseguiu de mim, foi ficar sem posição na cadeira durante a sessão.
Livro que provavelmente não vou aguentar esperar para comprar em sebo:
Os Simpsons e a Filosofia
Já estive folheando ele na livraria e parece ser muito bacana.
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Meu primo ressucitou o blog dele, ARBEX SEX , com mais uma aventura dos moradores do apartamento 604, no qual tenho a honra de residir.
[aliás, nas montagens fui muito bem substituído pelo cara de bigode do The Darkness]
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Quando me mudei para o Rio e comecei a andar de metrô, eu sempre reparava naquelas pessoas que ficavam de frente à porta e, assim que elas abriam, saíam correndo para chegar primeiro na escada rolante. Na esmagadora maioria das vezes, eram trabalhadores, de executivos a boys, querendo chegar mais rápido no trabalho.
Eu me perguntava o que levava aquelas pessoas a passar o ridículo de sair apressado, só pra subir correndo a escada rolante. Alguns segundos mais cedo no trabalho?! Patético, não é mesmo?
Invariavelmente, eu era o último que deixava o vagão.
Lembrei disso hoje, ao perceber que havia chegado primeiro que todo mundo do metrô na escada rolante...
Não tinha ouvido falar nada sobre o filme, exceto que era com Johnny Depp e baseado num livro do Stephen King, o que aguçou duplamente minha curiosidade. Primeiro, porque Depp comanda. Segundo, porque eu já li quase tudo do Stephen King e não me lembrava de ter lido nada com o nome do filme.
Assistindo o filme, fui assaltado por uma estranha sensação de familiariedade. Apesar de não lembrar do livro, eu sentia que já conhecia a história. Então, cheguei à conclusão de que o filme era baseado, na verdade, em um dos inúmeros contos de King. Pesquisando hoje, descobri que, de fato, é baseado num conto do livro Depois da Meia Noite. Li esse há muito tempo e não consigo lembrar sequer da capa...
Bem, se por alguns momentos eu fiquei agoniado por não lembrar do conto, isso me serviu pra aproveitar melhor o filme, já que eu não lembrava de diversas situações, inclusive o final.
Depp é um escritor que começa a ser perseguido por um caipira, alegando que sua história teria sido plagiada.
O filme, apesar de não ser lá muito original, é muito bom e mantém o suspense o tempo todo. As atuações de Depp e John Turturo colaboram muito pro nível do filme, Engraçado foi ver Turturo num papel sério, depois de só vê-lo fazendo papéis cômicos nos últimos tempos, como o mordomo do Mr. Deeds ou o jogador de boliche do Lebowski.
Outro detalhe interessante é a presença de Timothy Hutton. Ele já havia sido o protagonista numa outra adaptação de Stephen King: A Metade Negra.
Neste fim de semana, estreou o filme do JUSTICEIRO nos EUA.
Curioso como estou, dei uma breve olhada na internet pra ver o que estão dizendo.
Primeiro de tudo, o filme foi engolido pela 2ª parte de Kill Bill. Também, que idéia idiota colocar o filme para estrear no mesmo fim de semana de um filme do Tarantino! Ainda mais quando a primeira parte foi bem sucedida e a continuação é o final do filme.
[Aliás, se não cancelarem de novo, Kill Bill começa a passar aqui na semana que vem. A Comitiva do Anel mais uma vez irá se reunir para prestigiar esse evento]
Além disso, a grande maioria da crítica vem descendo o ferro no filme. Falam mal do Thomas Jane, do John Travolta, do roteiro, do diretor e por aí vai.
Dizem que a primeira meia hora do filme é toda sombria e séria, para, em seguida, entrar alguns elementos de humor.
Bem... Isso é o estilo das histórias atuais do Justiceiro. Garth Ennis vem sempre colocando situações inusitadas, muitas vezes grotescas, para dar um tom humorado (aliás, humor negro) à série. Inclusive, algumas cenas descritas nas resenhas são diretamente extraídas de histórias do Garth Ennis.
Continuo com o pé atrás... Mas permaneço aguardando ansioso para ver o filme (apesar de estar mais ansioso pelo HELLBOY).
Lembro que há alguns anos, eu tinha uma modesta coleção de vinis e cds. Eram tempos em que eu não tinha acesso à internet, gravador de cds ou mesmo dinheiro para comprar cds. Os poucos que eu conseguia adquirir vinham do dinheiro que meus pais me davam para alimentação aqui no Rio, o que me levava a comer o cachorro quente da faculdade quase todo dia e, talvez, seja uma das causas remotas da minha gastrite.
Naquela época eu só estudava e tinha tempo de sobra para meus prazeres. Assim, podia escutar com a atenção merecida qualquer dos poucos cds que eu tinha, inclusive acompanhando com o encarte. Sabia o nome de cada música do cd e, de vez em quando, até a letra.
O tempo foi passando e comecei a trabalhar. Meu poder aquisitivo foi aumentando, o que me permitiu adquirir mais cds, além de ter descoberto as maravilhas do Audio Galaxy e, em seguida, o Soulseek (é... não cheguei a usar o napster...).
Hoje não passa uma semana sem que eu compre, no mínimo, 4 ou 5 cds (graças a Deus existem sebos e cds usados), além dos gravados na internet. Isso faz com que eu tenha uma média de 40 cds novos por mês. É algo compulsivo, pois sei que não terei tempo de escutar tudo isso e continuo os adquirindo.
Conheço pessoas que mesmo com todo esse acesso à informação, preferem limitar sua área de interesse a determinadas bandas, escutando apenas os álbuns delas. Acho extremamente válida essa atitude, mas eu simplesmente não consigo conter meu interesse em conhecer uma banda nova, seja por que motivo for.
Exemplo: achei uma banda no soulseek chamada Teen Cthullu. Com um nome desses, como eu não poderia conhecer a banda? Baixei na hora e gravei em cd, mesmo sem saber se a banda era bacana ou não. Conclusão: a banda é legal, a maior barulheira e gritaria. Escutei o cd umas 2 vezes, mas duvido que eu escute de novo tão cedo.
Outro exemplo: ontem, escutando o primeiro e sensacional cd do Violent Femmes eu me perguntava: “Caramba, porque eu não escuto este cd mais vezes?” A resposta vem fácil: “Porque eu tenho uns 50 cds que eu nunca escutei esperando.”
Espero que quando eu me aposentar ainda existam cd players e eu ainda goste de rock.
Agora que tenho boas notícias, posso voltar a escrever.
Aliás, estou escrevendo aqui de Barra Mansa. São 22:00hs e há algumas horas atrás cheguei de Cabo Frio com meus pais. Fui lá buscar meu pai, que havia feito uma operação para colocar um marcapasso.
É... Foi isso que me angustiou desde quinta-feira passada. Assim que cheguei em Barra Mansa para o feriado e para o meu aniversário, fiquei sabendo que meu pai acabara de ser internado. Não almocei, peguei o carro e fui direto para o hospital. O cardiologista detectou um problema no coração (não vou tentar entrar em detalhes médicos...) e constatou a necessidade de se colocar o marcapasso.
Até aí, tudo estaria relativamente bem... Se não fosse a porra do plano de saúde ter vetado a aquisição do marcapasso. Foram dias tentando buscar a melhor solução para o problema, até que conseguimos essa clínica (aliás, excelente) em Cabo Frio. Enquanto isso, meu pai ficou na UTI aguardando a operação.
Não vale a pena comentar ou descrever para vocês tudo que foi feito e sentido nestes dias. Só gostaria de agradecer a quem, de uma forma ou de outra, deu uma força pra gente. Para os amigos que ficaram sabendo de toda a situação e se preocuparam.
Ontem passou algo na TV sobre uma estação de enriquecimento de urânio localizada em Resende. Hoje no jornal também saiu uma matéria.
Sobre o que se tratavam? Sinceramente não sei. Com exceção de música, filmes, livros e histórias em quadrinhos, sou o mais completo alienado de tudo que ocorre à minha volta. No entanto, o mero passar de olhos nas notícias serviu para relembrar meus temores infantis.
Apesar de todas as evidências ficcionais em contrário, eu aprendi cedo que a radioatividade não confere poderes extraordinários a ninguém. Mesmo querendo acreditar, eu não ganharia sentidos ampliados se exposto a um isótopo radioativo, nem viraria um ser extremamente forte se uma bomba gama explodisse atrás de mim. Garras de adamantium então, nem pensar.
Lembro até hoje: eu, preocupado, perguntando pra minha avó o que aconteceria se vazasse a usina de Angra dos Reis. Minha avó, em sua sábia ignorância, me disse para ficar tranquilo, pois Angra era muito longe de Barra Mansa e não aconteceria nada com a gente. Era tudo o que eu precisava ouvir... Na época eu ainda não sabia que a radioatividade pode atravessar países, o que dirá cidades quase vizinhas.
E a guerra fria então? Duas potências, com várias bombas capazes de destruir o planeta várias vezes. E o pior: até o Matthew Broderick conseguia invadir o sistema do pentágono e podia ativar as bombas! Eu me preocupava em dormir e acordar num mundo devastado pelo apocalipse nuclear.
É claro que os filmes não ajudavam muito. The Day After mostrava os efeitos do inverno nuclear numa pequena cidade e me marcou profundamente. Há anos eu não vejo o filme e, no fundo, eu tenho a impressão de que ele era uma merda... Mas me deixou bolado por muito tempo.
Eu tinha um caderno com um enorme cogumelo atômico e as palavras “The Day After”. Além da imprecisão da capa (já que aquilo não era o dia seguinte), até hoje eu me pergunto que tipo de fabricante produz uma capa dessas num caderno para crianças?
Ao lado disso, 90% dos filmes de ficção se passavam num futuro pós apocaliptico onde só os fortes sobreviviam. Impor isso a uma criança magra e fraca como eu também não era muito legal.
Mas o tempo foi passando e o mundo não foi acabando no dia seguinte e eu comecei a deixar de lado meus planos de construir um bunker para me defender dos malfeitores após o apocalipse.
Neste fim de semana, consegui ver ALGUÉM TEM QUE CEDER.
Antes de tudo, deixem eu falar logo que achei o filme muito bom.
Mas o que eu queria dizer mesmo é que há muito tempo que eu não via um casal tão carismático nas telas quanto Jack Nicholson e Diane Keaton.
As comédias românticas sempre acabam por focar um casal de protagonistas jovens e bonitos (ou pelo menos um deles jovem e bonito) e acabam deixando um pouco de lado a credibilidade que o casal tem que passar para o público.
E aí que está o diferencial do filme: você não só torce pelo casal de (bem mais de) meia idade, como passa a gostar dos personagens. Quanto ao Jack Nicholson, isso não é muito difícil, já que ele está fazendo o papel de Jack Nicholson e esbanja carisma. O bacana é que você também passa a gostar da Diane Keaton, que tinha tudo para fazer de seu personagem uma chata e não o faz.
Até o Keanu Reeves está bem no filme. Deu pra esquecer sua atuação robótica em Matrix e lembrar dos bons tempos de Bill & Ted e Caçadores de Emoções.
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Mais legal ainda foi que antes do filme passou o trailer (o trailer de verdade e não o teaser) de Homem Aranha.
Cá entre nós, fiquei com a impressão de que esse vai ser melhor que o primeiro. Se é que isso é possível.
E é claro que eu chorei só de ver o trailer.
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Ainda firme no meu propósito de montar a biblioteca mais legal do mundo, hoje eu comprei:
Jornada nas Estrelas: Memórias dos Filmes
Reparem na foto da capa, com William Shatner olhando o horizonte... Melhor que ele só o Adam West.
Show dos INVISIBLES neste DOMINGO aqui no RIO DE JANEIRO:
Elam Summer Rock II - Invisibles, HillValleys, Menores Atos, MacFly e R3dA. no ELAM (Rua Samuel das Neves 226 Jacarepaguá). Horário: 17h. Preço: R$4 ant. 6 c/flyer. 8 s/flyer